Esse artigo tem por objetivo apresentar uma leitura sensível da narrativa de um professor de português, que iniciou sua carreira de magistério na primeira fase como pedagogo. Essa troca experiencial entre ouvir e contar suas experiências masculinas – grosso modo – em um cenário acostumado e associado ao feminino, faz desse texto um espaço de debate de performances de gênero no cenário escolar e para além deste. Naquilo que enquadra e naturaliza lugares que atravessam as práticas docente e discente, mas também relações binárias de identidades de gênero. Nesse sentido, buscamos problematizar papéis, identidades e identificações, que embebidas pela cultura, tem o poder de disfarçar-se nos aparatos cotidianos aparentemente mais comuns. Logo, traz um exercício de desconstrução de estereótipos, preconceitos e estigmas sobre as normas que cercam o ato de lecionar nas séries iniciais, assim como a normatização de “outros” sujeitos e espaços na escola. Visando contribuir com um novo olhar sobre o cenário escolar, nas suas possibilidades ou limitações. Provocando a uma reconfiguração de práticas pensadas como símbolos de uma normatização escolar moderna, que talvez não atenda ao que está fora da agenda convencional nesse cenário, mais recente.