Introdução: O crescimento visível da população idosa, observado de forma mundial nos últimos anos, ocasionou uma série de impactos sociais entre eles, o aumento dos casos de violência praticada contra o idoso. As evidências científicas apontam como principal lócus de ocorrência deste tipo de violência o contexto familiar do idoso. Este evento tem chamado a atenção pela repercussão que provoca na qualidade de vida do idoso, pelas lesões físicas, psíquicas e morais, além da destruição das relações familiares apresentando-se como um grande desafio para os serviços de saúde. Neste sentido, por sua abordagem territorial, a Estratégia Saúde da Família (ESF), possui um papel primordial na construção de estratégias de prevenção, detecção precoce e acompanhamento das famílias de idosos em situação de violência. Objetivo: identificar os desafios e potencialidades da ESF no manejo da violência intrafamiliar contra o idoso. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática realizada em bases de dados eletrônicas (Scielo, Lilacs e Medline). A seleção dos artigos teve como critérios de inclusão: artigos completos em português e espanhol relacionados à temática nos últimos 10 anos. A pesquisa nas bases de dados foi feitas a partir dos seguintes unitermos: Violência, Saúde da família, Saúde do idoso. Resultados: Dos 19 artigos completos encontrados foram utilizados 13 artigos neste estudo. O material analisado apresenta como potencialidades da ESF na abordagem ao idoso vítima de violência: a visita domiciliar como estratégia de identificação das relações familiares; a atuação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), sua origem e inserção na comunidade que permite a suspeição de situações que passariam despercebidas pelos serviços; frequente utilização dos serviços da ESF pela família, o que facilita a construção de vínculos e as consultas de rotinas realizados pelos profissionais médicos e enfermeiros ao idoso. No entanto, os estudos apontam como desafios: a subestimação por alguns profissionais da importância da abordagem da violência intrafamiliar; a falta de sensibilização dos próprios gestores e profissionais de saúde; ausência de uma rede de proteção bem articulada para o encaminhamento correto; não investigação da história de violência no atendimento aos idosos; não existência de protocolos para o atendimento ao idoso vítima de violência; carências na formação profissional,quanto manejo carreto de casos de violência e a subnotificação dos casos. As estratégias de enfrentamento mencionadas foram: a inclusão dos familiares cuidadores/acompanhantes nas ações de saúde, além da capacitação e atenção à saúde física e mental destes, monitorização e diálogo com família do idoso, educação permanentes dos ESF sobre estratégias de prevenção, detecção precoce e acompanhamento de famílias em situação de violência. Conclusão: o reconhecimento da violência intrafamiliar pode auxiliar na minimização dos danos gerados nas famílias e interromper a continuidade desse ciclo. Nesta perspectiva, é responsabilidade ética e legal da equipe da ESF identificar e relatar a suspeita de maus-tratos às autoridades competentes. No entanto, observa-se a necessidade da sensibilização dos profissionais e gestores na abordagem adequada da violência contra idosos, em que a família assuma o foco de atenção em uma assistência integral, intersetorial e interdisciplinar.