Introdução: A hemiplegia após uma lesão do Sistema Nervoso Central (SNC) é uma das formas mais prevalentes de danos motores. A função normal da extremidade superior inclui a capacidade de alcance direcionado, preensão e manipulação de objetos e é a base das capacidades motoras requeridas para a realização das Atividades de Vida Diária (AVD’s). Objetivo: Classificar o grau de incapacidade e avaliar o efeito modulador da fisioterapia sobre a habilidade funcional e qualidade do movimento em hemiparéticos crônicos. Metodologia: Estudo longitudinal, descritivo e analítico, com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 12 indivíduos, de ambos os sexos, idade igual ou superior a 18 anos, diagnóstico de AVC em fase crônica (&#8805; 6 meses), atendidos pelo Grupo de Assistência Interdisciplinar ao Paciente Hemiparético (GAIPH) na Clínica Escola de Fisioterapia da UEPB. Foram utilizados os seguintes instrumentos: Formulário de Pesquisa como forma de traçar o perfil sociodemográfico e clínico, Escala de Rankin para mensuração do grau de incapacidade e o Teste de Habilidade Motora do Membro Superior – THMMS para medir aspectos quantitativos e qualitativos nas AVD’s envolvendo o membro superior. Os dados foram analisados através do Graph Pad Prism 5.0 e expressos em porcentagem, média e desvio padrão da média. Foi utilizado o Teste de Wilcoxon para comparação não paramétrica entre dois grupos emparelhados, sendo considerados valores significantes p<0.05. Resultados: Verificou-se que os hemiparéticos apresentaram idade média de 54,4 ± 8,5 anos, onde 50% era do sexo masculino, 25% possuíam ensino superior completo e 58,3% era casado. Quanto aos dados clínicos, 66,6% possuíam AVC do tipo isquêmico e 66,6% o dimídio mais afetado foi o direito. Segundo a escala de Rankin, 50% dos hemiparéticos foram classificados em grau III, onde indica uma incapacidade moderada. Verificou-se alterações significativas (p<0,05) da habilidade funcional pós intervenção (25,7 ± 14,1) quando comparado a pré intervenção (22,2 ± 15,4). Da mesma forma, observou-se significância (p<0.05) da qualidade do movimento pós intervenção (20,0 ± 14,9) a pré intervenção (16,8 ± 16,4). Conclusão: Diante dos resultados obtidos, concluiu-se que a intervenção neurofuncional foi capaz de modular a funcionalidade dos membros superiores e, consequentemente, as AVD’s em hemiparéticos crônicos.