Após a independência política do Brasil, a instrução pública foi apresentada como um instrumento de superação da ignorância da população. Na Parahyba do Norte, sintonizados com os ideais iluministas, os gestores públicos expressavam a necessidade de uma instrução pública que almejasse o progresso, tendo em vista o desenvolvimento moral da sociedade paraibana. Neste trabalho, pretendemos demonstrar as questões que envolveram o estabelecimento das aulas públicas primárias nos anos iniciais do período Imperial, de 1822 a 1849. Para isso, buscamos entender a legislação que versava sobre a instrução pública, os relatórios de presidentes de Província, os Documentos Diversos ancorados na historiografia sobre a temática. Das questões mais exaltadas na documentação, o atraso da instrução primária, suas condições precárias de existência e, sobretudo, a necessidade de estruturação das aulas públicas primárias tiveram prevalências. Os problemas foram analisados a partir de duas questões ressaltadas pelos discursos presidenciais: as condições físicas e estruturais dos locais das aulas- tendo em vista o acesso aos materiais escolares-, e a carência de um quadro de professores formados. Concluímos que o processo de escolarização se deu de forma lenta e gradual, em especial, considerando a criação de aulas/cadeiras de primeiras letras envolta por ideais da civilização e desenvolvimento social.