Pautados nas perspectivas de Bakhtin, no sentido de que não há comunicação que não seja por meio de gêneros discursivos e, portanto não sendo arregrado a uma língua em específico. E no caso da pessoa surda, as línguas – de sinais e portuguesa – compartilham o mesmo espaço e tempo nas diferentes esferas de atividade e que possuem forças socioculturais e ideológicas assimétricas. Dessa forma, este artigo tem como objetivo investigar como se dá o uso e o reconhecimento dos gêneros textuais a partir de práticas de (multi)letramentos por parte dos sujeitos surdos da cidade de Caraúbas - RN. Nossa base teórica utilizada é de Bakhtin (2011), para a compreensão a cerca de gêneros discursivos, Rojo (2001) sobre práticas, pedagogias, multiletramentos e letramentos, e no sentido específico para a comunidade surda nos pautamos em Quadros (2004) sobre a língua de sinais e sua estrutura. Para atingirmos os nossos objetivos, fizemos uso da metodologia de pesquisa-ação na investigação sobre os gêneros discursivos, que podem ser identificados em três momentos o primeiro sendo como a comunidade reconhece e usa estes, assim como posteriormente a explicação sobre o tema e por último, novamente uma verificação a cerca dos gêneros, no seu reconhecimento e emprego nos diferentes contextos sociais. Os resultados, ainda incipientes, apontam para um leque de gêneros reconhecidos e usados pela comunidade surda estudada, em que nos mostram processos de letramentos no decorrer de toda a sua trajetória de vida nessa muitas vezes forçada prática bilíngue. Dessa forma percebemos que nesse processo gradativo de constantes letramentos, podemos observar a recorrência de gêneros, que são associados aos aspectos sociais e culturais, em que neste trabalho, tentamos fazer um parecer sobre como estes refletem os aspectos sociais e linguísticos desse povo.