Introdução: A assistência hospitalar desempenha um papel importante no final da vida, mas pouco se sabe sobre o contingente da clientela idosa que necessita de atendimento paliativo em hospitais gerais. Cuidados Paliativos são prestados a pacientes com doenças irreversíveis quando se reconhece que eles se encontram fora de possibilidades de cura, sendo o enfoque posto no controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida, o que representa uma assistência diferenciada. O problema de pesquisa deste estudo foi: é alta a frequência de pacientes idosos internados em enfermarias de clínica médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) que necessitam de cuidados paliativos?Objetivo: Os objetivos deste estudo foram identificar a prevalência de necessidade de Cuidados Paliativos em pacientes idosos e que sintomas são mais frequentes nesta clientela nas enfermarias de Clínica Médica do HULW. Metodologia: O modelo deste estudo foi observacional e transversal. A amostragem foi não probabilística por conveniência com recrutamento consecutivo de pacientes idosos hospitalizados no referido serviço. Foram realizadas entrevistas diretas estruturadas mediante aplicação de instrumentos padronizados à beira-do-leito. Os pacientes que preencheram a definição de necessidade de cuidados paliativos (CP), segundo os critérios de terminalidade do Manual de Cuidados Paliativos da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, foram avaliados através da Escala de Sintomas de Edmonton, a Escala de Desempenho Físico de Karnofsky e a Escala de Performance Paliativa. Na estatística inferencial foram empregados os testes de Qui-quadrado Mann-Whitney e Kruskall-Wallis. Resultados: Foram avaliados 31 pacientes idosos internados consecutivamente nas enfermarias de clínica médica do HULW, 54,5% do sexo masculino e 41,9% analfabetos ou com nível fundamental incompleto, 84,2% das classes econômicas C e D. A prevalência de necessidade de cuidados paliativos foi de 61,2% (n=19), sem diferença estatisticamente significativa entre homens e mulheres. Entre os 19 pacientes com necessidade de CP, 17 (89,5%) relataram ansiedade, 13 (68,4%) sonolência, 11 (57,9%) fadiga, 10 (56,6%) dor, depressão e anorexia. Observou-se que 3 (15,8%) necessitavam de cuidados intensivos e 5 (26,5%) estavam incapacitados para atividades básicas. Elevado risco de morte foi verificado em 9 (47,4%).Conclusões: Estes resultados sugerem que há elevada prevalência de idosos com necessidade de cuidados paliativos no HULW, apresentando sintomas incapacitantes e elevado risco de mortalidade, que não dispõe de um serviço específico para doentes terminais, havendo necessidade de uma avaliação mais aprofundada deste tipo de assistência no serviço. A divulgação e implementação da filosofia de cuidados paliativos entre clínicos gerais e gestores de saúde permitirá que pacientes idosos possam receber avaliação e assistência mais efetivas no final de suas vidas quando necessitarem de internação.