A população idosa no mundo tem mostrado um crescente aumento com estimativas que indicam uma elevação desses índices para as próximas décadas. Em contraposição, nossa sociedade confunde a imagem do envelhecer e da velhice com uma fase da vida em declínio, tanto no aspecto físico e psíquico como nas relações sociais. O envelhecimento populacional brasileiro caracteriza-se pelo acúmulo de incapacidades progressivas nas suas atividades funcionais e de vida diária, associada a condições socioeconômicas adversas. A mortalidade é substituída por comorbidades e a manutenção da capacidade funcional surge, portanto, como um novo paradigma de saúde, relevante para o idoso. Percebe-se que nas alterações relacionadas com a idade estão a presença de fatores de risco e a ocorrência de doenças crônico-degenerativas que determinam para o idoso certo grau de dependência. Esse grau pode estar relacionado diretamente com a perda de autonomia e dificuldade de realizar as atividades básicas de vida diária o que pode interferir na sua qualidade de vida, prejudicando a independência e autonomia dos indivíduos e por vezes levando-os a viver em instituições de longa permanência para idosos (ILPI). Considerar o idoso em suas múltiplas dimensões torna-se fundamental para aprimorar seu atendimento a nível institucionalizado, melhorando sua saúde e qualidade de vida. Diante dessas inquietações, para se alcançar esta abordagem holística da pessoa idosa, surgiu o interesse entre profissionais que estudam o envelhecimento humano no Município de Natal, em destaque enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, no estabelecimento de uma proposta de avaliação multidimensional da pessoa idosa institucionalizada. A referida proposta surgiu com o intuito de oferecer interdisciplinares à melhoria do cuidado oferecido aos idosos residentes nessas instituições e na perspectiva da melhoria na qualidade da assistência às pessoas idosas institucionalizadas, no sentido de acompanhar e monitorar as atividades relacionadas à sua saúde. O modelo proposto foi baseado na atenção integral da pessoa idosa e no reconhecimento de que a instituição de longa permanência poderá vir a ser um local digno de moradia sendo composta por instrumentos multidisciplinares da saúde, fruto do Decreto do Município de Natal nº 8.553, de 2 de outubro de 2008 que regulamenta o funcionamento das ILPI no Município de Natal em consonância com a RDC 283, de 26 de setembro de 2005, que aprova o Regulamento Técnico que define normas de funcionamento para as Instituições de Longa Permanência para Idosos. Percebeu-se a importância do desenvolvimento de um protocolo de avaliação multidimensional e a necessidade de implementação do mesmo, tendo em vista que a maioria das instituições não possuem o número adequado de profissionais e carecem de recursos específicos para uma atenção adequada. A integração universidade-instituição proporcionou um olhar ampliado por parte dos docentes e discentes participantes, bem como uma parceria para atenção aos idosos possibilitando uma avaliação sistematizada com vistas a atenção à saúde da pessoa idosa institucionalizada.