INTRODUÇÃO: Este relato de experiência ocorre no ambiente do Centro de Assistência Toxicológica – CEATOX, localizado no andar térreo do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba, UFPB, local destinado ao atendimento a pacientes vitimados por acidentes com cobras, aranhas e escorpiões, onde foi observado o comportamento do idoso diante dessas situações. METODOLOGIA: Estudo de caráter prospectivo e observacional. Os casos atendidos pelo centro envolvendo idosos foram analisados conforme o estado psicológico/emocional, bem como possíveis alterações fisiológicas como dores locais, abdominais, ânsia de vômito e alterações sistêmicas. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Neste relato de experiência destacam-se, em particular, os casos de escorpionismo, pois esses representam a grande maioria dos registros do CEATOX. As vítimas, em maior proporção são as mulheres que possuem hábitos domésticos, estando mais expostas a essas situações que costumam acontecer em domicílios. Um aspecto de interesse na atenção aos idosos, após sofrerem acidente por animal peçonhento, como ocorre com as demais pessoas das outras faixas etárias, é a sensação dolorosa descrita. Em geral, esse tipo de acidente é seguido de um relato de dor intensa mais formigamento no local, apesar disto, observa-se que as vitimas da melhor idade apresentam um limiar de dor maior, ou seja, reclamam pouco da resposta à algesia, despertando assim, a curiosidade para descrever o presente relato de experiência. O que é visto na maioria dos casos é a depressão psicológica sofrida diante da situação de acidente com animais peçonhentos, outro fator que chama a atenção é o psicológico/emocional que geralmente fica abalado. Alguns idosos choram porque tem medo de morrer, de sofrer algum dano que impossibilite manter as atividades cotidianas normais. Dessa forma, no atendimento ao idoso, em especial, é preciso cuidar do problema que o levou ao serviço, mas deve-se ter muito mais atenção ao fator psicológico da vitima idosa. Em geral, após as orientações acerca do problema como: dizer que aquela situação de dor é transitória, que as mortes ou complicações por esse tipo de acidente são mínimas. O indivíduo relata alívio da sensação dolorosa, observa-se ainda, no decorrer da conversa um comportamento mais calmo. Outro ponto a ser considerado é que a maioria dos idosos sentem necessidade de comunicação com outras pessoas e, algumas vezes, não tem com quem conversar, vendo naquele momento uma oportunidade de se comunicar com alguém, sendo assim uma forma de “chamar a atenção” para que familiares ou pessoas mais próximas possam tratá-los com os ouvidos mais atentos. É preciso ter um olhar mais cuidadoso quando se trata de um individuo idoso porque apesar de já ter experiência com a vida e muito provavelmente, vivenciado momentos semelhantes, o momento da velhice dá um tom diferente às afecções causadas por acidentes com animais e outros agentes, pois o envelhecimento traz a maturidade inerente às situações vivenciadas ao longo dos anos, mas traz consigo também a fragilidade do corpo, apresentando limitações anatômicas/ fisiológicas que são próprias do organismo humano.