O debate em torno da escola de tempo integral tem sido retomado com mais intensidade a partir de 2007, através da instituição do Programa Mais Educação pelo Governo Federal, com sua extensão para as escolas do campo somente em 2012. Ao mesmo tempo, a incorporação dos pressupostos da educação do campo é uma realidade recente e circunscrita a uma parte das escolas do meio rural. Tendo em vista o caráter complexo e inovador envolvido na junção destas duas políticas no contexto das escolas públicas, é que a realização deste estudo se justifica. Neste sentido, o presente trabalho foi baseado em um estudo de caso realizado na Escola Municipal do Campo Alfredo Rosa, localizada no município de Rio Bonito do Iguaçu/PR e pretende analisar os principais desafios, limites e potencialidades presentes na implementação da proposta de uma escola do campo que se pretende de tempo integral com educação integral. Uma das principais constatações feita pela pesquisa é o fato da Escola definir sua experiência como sendo de tempo integral e não de jornada escolar ampliada, o que de fato ela é, se for tomado como base a legislação vigente sobre o assunto, já que a permanência dos alunos em “jornada integral” acontece somente em três dias da semana. Embora que do ponto de vista teórico-conceitual não exista uma noção clara por parte da Escola sobre a diferenciação entre o tempo integral e a ampliação da jornada escolar, na prática, a instituição desenvolve uma proposta de educação integral, articulada aos pressupostos da educação do campo.