A Encefalopatia crônica não progressiva ou Paralisia Cerebral (PC) é um distúrbio congênito que afeta o movimento, o tônus muscular e consequentemente a postura. Esses distúrbios são causados por uma lesão em uma ou mais partes do cérebro que ocorre antes, durante ou dentro dos primeiros dias depois do nascimento. Tal lesão não promove prejuízo aos músculos nem aos nervos que os conectam a medula espinhal, mas provoca incapacidade no cérebro, fazendo com que o mesmo não consiga controlar esses músculos. Essa lesão cerebral que acarreta em distúrbios de mobilidade em uma criança, também pode ocasionar outros problemas, dependendo de sua localização e gravidade, incluindo deficiência mental, convulsões, reflexos exagerados, membros moles ou rígidos, movimentos involuntários, distúrbios de linguagem, transtornos de aprendizagem, problemas de visão e audição. O dano ocasionado em uma PC é irreversível, produzindo incapacidade física pelo resto da vida, tornando-se, desse modo, imprescindível o uso de terapias adequadas. O tratamento da Paralisia Cerebral é feita por meio de intervenções terapêuticas e em alguns casos são necessários procedimentos cirúrgicos (na área de ortopedia), uso de medicamentos e de aparelhos ortopédicos. O presente artigo tem como objetivo, portanto, expor a importância da hidroterapia como uma terapêutica crucial no tratamento de pessoas com paralisia cerebral. Trata-se de uma revisão bibliográfica a partir artigos selecionados das bases de dados do Google Acadêmico, SCIELO, LARPSI, LILACS e revistas eletrônicas de saúde, aplicando os seguintes descritores: Hidroterapia, Encefalopatia, Paralisia Cerebral, Tratamento Hidroterapêutico. A pesquisa eletrônica foi baseada em estudos publicados sem restrição de data. Após uma ampla seleção, os artigos foram sistematicamente lidos, analisados e relacionados com objetivo de confrontar as variáveis de interesse do estudo com os achados da literatura. A hidroterapia, também conhecida como fisioterapia aquática ou aquaterapia, é um recurso fisioterapêutico que tem sido bastante utilizado no campo da medicina, pois é uma terapia que promove uma melhor recuperação em um tempo reduzido. A hidroterapia consiste em um dos principais tratamentos para a PC, pois se trata de uma atividade terapêutica que desenvolve a realização de exercícios dentro de uma piscina com água em torno dos 34ºC, sendo mais benéfica que os tratamentos fisioterápicos realizados dentro do ambiente hospitalar ou clínicas de reabilitação. Nesse tipo de terapia são traçadas condutas e exercícios específicos a cada paciente, permitindo acelerar e facilitar a reabilitação. A hidroterapia atua frente às disfunções ortopédicas, vasculares, respiratórias, traumatológicas e neurológicas causadas pela paralisia, também melhora a flexibilidade da cadeia muscular posterior dos pacientes após cada sessão, levando ao relaxamento global e consequente diminuição do tônus muscular, quando associada a exercícios de alongamentos passivo. Deste modo, é possível afirmar que a Hidroterapia é uma ferramenta valiosa para o acompanhamento de crianças com PC, devendo ser administrada por profissionais capacitados.