Resumo: O objetivo deste estudo foi resgatar uma visão crítica, afirmando que não há liberdade e igualdade para as mulheres enquanto se estiver presas a polaridade imposta, assim como, evidenciar uma sociedade pautada no patriarcado como estruturante das relações de poder, e consequentemente da prostituição feminina. Para isso utilizou-se de uma pesquisa bibliográfica a partir de uma análise do que já foi produzido sobre este tema em livros e artigos. Foi verificado que a sexualidade assim como a prostituição são construções históricas modificadas e adaptadas a cada época e que combinam aspectos da família, relações econômicas e de poder. Assim sendo, pôde-se constatar que o controle sobre o corpo das mulheres é estruturado a partir da sexualidade e inteiramente vinculado a necessidade constante de adequação ao modelo de família centrada no poder masculino, assim como, o tipo de trabalho que pode ser desempenhado por mulheres. Onde a prostituição, num contexto histórico, já desempenhou diversas funções, como por exemplo, manter a virgindade das moças de família, ao satisfazer os desejos dos homens. Ficando nítido três elementos cruciais para a naturalização da prostituição como “a profissão mais antiga do mundo”: aceitação da banalização da sexualidade pelo capitalismo patriarcal; tratar a prostituição como resultado de um comportamento individual; a hipocrisia frente ao caráter androcêntrico da sexualidade. Sugere-se estudos e projetos que forneçam uma melhor garantia de autonomia e políticas públicas para as mulheres, principalmente as que se encontram na prostituição, para que seus corpos não sejam legalizados como mercadorias à venda.