BEZERRA, Haiany Larisa Leôncio. O arquétipo do corno: um construto cômico-violento. Anais XII CONAGES... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/18564>. Acesso em: 22/11/2024 12:21
O discurso midiático, alicerçado na instância da memória coletiva, permite entrever a circulação de imagens socialmente legitimadas que evidenciam valores culturais e fornecem um arquivo de práticas linguístico discursivas. Esse cenário configura, para o presente estudo, um construto profícuo que tece reflexões acerca dos processos de subjetivação na mídia, em articulação com a (re)produção de identidades. Nesse cenário, nossa pesquisa se debruça sobre a identidade do corno na contemporaneidade, a partir dos aspectos linguísticos e discursivos presentes nas notícias de jornais veiculados na internet. Para tanto, pretendemos verificar a construção da identidade cômico-violenta do corno na mídia, buscamos refletir acerca do papel da mídia na construção do imaginário social em consonância com a constituição dos sujeitos discursivos. Nessa perspectiva, nosso objetivo geral é analisar os aspectos linguístico discursivos, presentes nas notícias de jornais veiculados na internet, que reverberam na construção de identidades do corno na contemporaneidade. Sobre os objetivos específicos, pretendemos: Verificar o papel da mídia na espetacularização dos efeitos de sentido, como mecanismo (co)produtor e (re)produtor de identidades; Refletir acerca da construção midiática cômica do homem corno, em articulação com os mecanismos da memória discursiva (MD), dos estudos culturais, de gênero e do humor, como aspectos que institucionalizam práticas concretas de violência. Partindo de tais pressupostos, mobilizamos saberes que discutem a configuração cômica do corno como mecanismo de ridicularização e controle social que incita a reiteração da virilidade por intermédio da violência. O presente estudo está pautado na perspectiva qualitativa de incursão metodológica a partir das contribuições de Gregolin (2003), Bourdieu (1997), Debord (1997), Bergson (1983), Propp (1992), dentre outros. Diante do exposto, articulamos os conhecimentos da Análise do Discurso de linha francesa, dos Estudos Culturais, de Gênero e do Cômico, que evidenciaram a atuação dos mecanismos midiáticos como instrumentos (des)construtores e (re)produtores da identidade do corno.