No Brasil, a escola ocupa o centro da reflexão sociológica sobre educação. Na prática, isso quer dizer que a educação possui papel importante, mas muitas vezes confundido, superestimado ou mesmo negligenciado. Em uma frase, a educação diz respeito ao processo socializador obtido por meio de sistematizações e normatizações dos jovens e crianças por uma cultura histórica socialmente produzida. Trata-se de uma constituição social construída num movimento dialético de criação e recriação, invenção e reinvenção de velhas e novas sociabilidades que desencadeiam diversos processos, tais como esclarecimento, emancipação e liberdade de idéia.
De acordo com Durkheim (1952), a educação não é um elemento para a mudança social, e sim um elemento fundamental para a conservação e funcionamento do sistema social. A educação constitui um processo de transmissão cultural no sentido amplo do termo (valores, normas, atitudes, experiências, imagens, representações) cuja função principal é a reprodução do sistema social. Isto é claro no pensamento durkheimiano, quando ele afirma que longe da educação ter por objeto único e principal o indivíduo e seus interesses, ela é antes de tudo o meio pelo qual a sociedade renova e perpetua as condições de sua própria existência. A sociedade só pode viver se dentre seus membros existe uma suficiente homogeneidade. A educação perpetua e reforça essa homogeneidade, fixando desde cedo na alma da criança às semelhanças essenciais que a vida coletiva supõe (Durkheim, 1952). Segundo Florestan Fernandes (1960), a educação no Brasil sofre de “demora cultural”. Referindo-se ao nosso atraso educacional, ele afirma: “[...] está claro que não sairemos do marasmo econômico e político sem transformarmos, de forma profunda e geral, o nosso sistema de ensino” (Fernandes, 1960: 121). Para o autor, a educação é, naturalmente, o elemento crucial para o reajustamento do homem a situações sociais que se alteram celeremente.Nesse contexto, a presente pesquisa tem como objetivo principal conhecer a perspectiva de profissionais da educação a respeito da educação atual numa escola estadual na cidade de Campina Grande – PB. Objetiva-se especificamente verificar os que esses profissionais destacam como desafios e dificuldades vivenciados neste âmbito, bem como analisar se esses indivíduos identificam avanços nesse processo educacional. A presente pesquisa tem natureza do tipo qualitativa, que se deu por meio da aplicação de uma entrevista semi-aberta contendo quatro questões nas quais os profissionais da educação puderam refletir sobre a situação atual do contexto escolar no sentido de identificarem os avanços, dificuldades e desafios no âmbito educacional, bem como apontar o que está sendo feito para que essas dificuldades sejam superadas. A partir dos resultados obtidos,foi possível concluir que os profissionais da educação se encontram desmotivados com a situação atual que vivenciam diariamente no âmbito educacional. Os mesmos não conseguem perceber os avanços que a educação já evoluiu, e também não conseguem identificar nenhuma ação que possa estar sendo feita atualmente para mudar essa situação.