Introdução:Durante a senescência acontecem perdas na função normal do corpo, devido alterações em tecidos e células. Ela pode ser acompanhada do declínio da capacidade cognitiva, que pode ser influenciado por fatores genéticos, características de vida dos idosos e seu estilo de vida. Seu declínio interfere na capacidade funcional do idoso, provocando perda na sua independência, que se configura como o principal problema que atinge os idosos.
Metodologia:
Trata-se de um estudo longitudinal do tipo coorte, com abordagem quantitativa. A população estudada foi composta por 39 idosos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, cadastrados na Unidade Básica de Saúde localizada no centro da cidade de Santa Cruz – RN. As coletas de dados foram realizadas nos períodos de Agosto a Outubro de 2010 e 2014.
Foram aplicados os questionários constituídos por dados sociodemográficos e condições de saúde e avaliação do estado cognitivo: O mini-Exame do Estado Mental.
O mini- Exame do Estado Mental foi utilizado para avaliar o estado cognitivo. Esse instrumento é composto por diversas questões para avaliar funções cognitivas específicas como: orientação para o tempo (5 pontos), memória imediata (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), evocação (5 pontos), lembrança de palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto). Variando de um mínimo (0) até um máximo (30)8. A pontuação se fez da seguinte forma: 30 a 26 pontos (funções cognitivas preservadas); 26 a 24 pontos (alteração não sugestiva de déficit) e 23 pontos ou menos (sugestivo de déficit cognitivo). (2)
Para esse estudo foi utilizado como ponto de corte para os níveis educacionais os seguintes valores: 18 (analfabeto), 21 (educação elementar) e 24 (educação média ou superior). (5)
Resultados e Discussão:
Dos 39 idosos avaliados, 74% eram do sexo feminino e 26% do sexo masculino. Quanto à idade, 26% tinham entre 60 a 70 anos, 41% de 70 a 80 anos e 13% acima de 80 anos. Com relação ao estado civil, 36% eram casados, 23% solteiros, 38% viúvos e 3% separados. O tipo de renda predominante foi à aposentadoria 85%. Quanto à escolaridade a maioria era analfabeta 33%.
Quando questionado sobre como usa o seu tempo livre, foi observado que 69% ficam em casa. Quanto à presença de doença, 90% apresentaram doença. Dos que relataram ter alguma doença, a metabólica foi a mais prevalente 83%.
Quando foram comparados os valores dos níveis cognitivos obtidos através das avaliações referentes aos anos de 2010 e 2014 com as idades, foi observado que déficit cognitivo esteve presente em 13%, as alterações não sugestivas de déficit estiveram presentes em 41% e 46% apresentavam as funções cognitivas preservadas em 2010. Em 2014 o déficit cognitivo esteve presente em 28%, 1 (3%) faleceu, 59% tinham alterações não sugestivas de déficit e apenas 10% encontravam-se com as funções cognitivas preservadas.
Conclusões:
Pôde-se observar que as variáveis gênero e idade se apresentaram como fator de risco relativo para os valores do Mini-Exame do Estado Mental, contribuindo assim para a piora no nível cognitivo dos idosos.