LIMA, Wellington Luiz De et al.. Dor crônica: prejuízos em idosos. Anais IV CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2015. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/12301>. Acesso em: 23/12/2024 03:54
OBJETIVO: Analisar a Dor Crônica e seus prejuízos nas atividades cotidianas de idosos moradores de Ceilândia/DF, Brasil. METODOLOGIA: Estudo analítico de abordagem quantitativa. Amostra foi de 268 idosos. A coleta de dados ocorreu em 2013 por meio de entrevista com os idosos, utilizou o Instrumento de Inquérito Domiciliar, do Projeto SABE (Saúde, Bem-estar e Envelhecimento) da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Foram realizadas adaptações e utilização parcial do Inquérito e as repercussões decorrentes da presença da dor crônica e seus prejuízos no cotidiano de idosos. A dor foi avaliada com uso da Escala Numérica Visual (ENV). Os dados foram analisados pelo SPSS. RESULTADOS: Do total de 268 idosos analisados que referiram dor, 67,5% são do sexo feminino, as mulheres também referiram mais dor em relação aos homens (dor intensa M=7,08), enquanto os homens (dor moderada M=6,55). Os idosos tinham idade média de 68,9 anos (DP=±6,29, Mín.=60, Máx.= 93 anos), sendo a faixa etária mais prevalente foi entre 60 e 65 anos (38,0%) e também com maior intensidade de dor (intensa M=≥ 7,1) junto com a faixa etária de 81-85 anos. Os idosos que trabalham atualmente referiram maior intensidade de dor (intensa M=≥ 7,01), e aqueles com IMC classificado acima do peso que não praticavam atividade física e não fumam são os mais prevalentes e referiram a dor como moderada (M=≥ 6,59). Ao tempo em que os idosos sentem a dor, o tempo superior a 10 anos (35,4%) apresentou maior intensidade (p=≤0,01) a essa morbidade e classificada como dor intensa (M=7,3). Em relação ao prejuízo que a dor acarreta em seu dia, os idosos que referiram o prejuízo na atividade social (24,3%) classificaram essa dor como intensa (M=≥7,3). Por outro lado a dor foi associada (p=≤0,00) aos prejuízos das Atividades de Vida Diária AVD (56%) e na relação com outras pessoas (15,3%). A intensidade de dor geral dos idosos, 37% referiram por intensa (M=8,6) e 28% classificaram por moderada (M=5,15). Ainda os 49,2% dos idosos tem dificuldades de movimentar, 26,9% necessita de algum tipo de auxilio para movimentar e ambos referiram dor intensa (int M=≥7,4). CONCLUSÃO: As idosas referiam dor intensa, os principais prejuízos foram na atividade social, a dor foi associada aos prejuízos das AVD. Também a dor foi associada para a indicação para o tratamento por alguém da família, foi associada a uma maior intensidade de dor. Os prejuízos da dor crônica refletem na vida dos idosos que podem acarretar em déficits no dia a dia deles. Esses prejuízos vão além dos aspectos físicos e se estendem para o psicológico e o social e por isso acarretam em várias conseqüências na autoestima, na dependência, no isolamento e relações e na qualidade de vida dessa população.