A disponibilidade de água é um desafio global, e no Semiárido Brasileiro (SAB), os aspectos hidroclimáticos e políticas públicas estão intimamente ligados aos meios socioeconômicos locais. No Brasil, programas como o Programa Água Doce (PAD) e o Programa 1 Milhão de Cisternas buscam reduzir a vulnerabilidade hídrica no SAB. Este estudo foca na análise geoespacial para avaliar o impacto desses programas em comunidades rurais durante secas plurianuais (2010, 2012-2016). Utilizando dados abundantes e ferramentas de análise espacial, a pesquisa explora as dinâmicas socioambientais e a eficácia das políticas de acesso à água. A análise envolveu a identificação de políticas sociais hídricas, caracterização dos aspectos hidroclimáticos e geoespacialização das políticas. Resultados mostram que 22.000 pessoas, 45% da população, vivem em planícies alveolares, onde a maioria dos poços tubulares foi instalada devido à alta permeabilidade dos solos. Em contraste, áreas com baixa capacidade hidrogeológica, como o maciço residual e a depressão sertaneja, têm menos tecnologias sociais hídricas. Essa disparidade reflete as complexas dinâmicas socioambientais e questões de priorização política em Itapajé, destacando a importância de uma gestão hídrica eficaz e equitativa.