O fogo, enquanto elemento natural exerce influência substancial sobre os ciclos biogeoquímicos e os processos físicos do solo. As cinzas resultantes de incêndios afetam diretamente a hidrologia da camada superficial do solo, modificando características como hidrofobicidade, retenção e infiltração de água, além de influenciar a formação de crostas e a proteção contra respingos de chuva. A composição e o comportamento das cinzas variam conforme a intensidade do incêndio; cinzas pretas, associadas a queimadas de baixa intensidade, apresentam propriedades hidrofóbicas, enquanto cinzas brancas e aquelas de incêndios de intensidade moderada a alta são geralmente hidrofílicas e mais móveis. Neste estudo, investigou-se o impacto das cinzas pós-queima controlada sobre a hidrologia do solo. Curiosamente os resultados não revelaram evidências de que a cobertura de cinzas ou a inclinação do terreno (6° e 11°) tenham efeito significativo sobre o escoamento superficial ou a erosão do solo. Tanto a inclinação quanto a presença de cinzas não demonstraram impacto relevante, resultando em respostas semelhantes entre as parcelas estudadas. A variação na perda de solo foi considerável, sugerindo que a severidade do fogo pode ter um efeito mais pronunciado do que a presença de cinzas ou a inclinação do terreno.