O objetivo deste estudo é avaliar algumas limitações do Índice de Precipitação Padronizada-SPI na detecção da intensidade e duração de secas em regiões semiáridas, particularmente em escalas temporais mensais a trimestrais, ou inferiores a essas. O SPI foi aplicado a dados de precipitação pluviométrica de três estações automáticas na Paraíba: Campina Grande, João Pessoa e Patos. Os dados utilizados cobrem o período de 1961 a julho de 2020, consistindo em dados de grade com resolução espacial de 0,1° x 0,1°. Os resultados indicam que o SPI na escala mensal não possibilita a detecção de secas em meses com acentuada ocorrência de valores nulos de precipitação. Como consequência, foi observado que, nas escalas mensal e trimestral, o SPI aponta um número maior de eventos de seca em João Pessoa em comparação com Patos e Campina Grande, o que evidencia uma limitação da metodologia com grande consequência na determinação da duração da ocorrência desse fenômeno natural que atinge de maneira mais contundente as regiões semiáridas do nosso planeta. Esses achados sugerem que, embora o SPI seja amplamente utilizado em diversos países, o mesmo tem se mostrado incapaz de detectar episódios de secas em áreas que apresentem período do ano com muitas ocorrências de valores nulos de chuva . Por isso mesmo, recomenda-se muita cautela na sua utilização.