No Brasil, o mapeamento geomorfológico tem sido desenvolvido ao longo dos anos por duas principais autarquias governamentais: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM/SGB), as quais adotam diferentes metodologias em seus mapeamentos. Com este cenário, é inegável que a não adoção de uma padronização para a sistematização da legenda geomorfológica está refletido na produção do conhecimento acadêmico-científico, que, embora assíduo, apresentam inúmeras legendas e metodologias propostas a todo momento por diferentes autores, culminando em uma conjuntura de difícil sistematização. Tendo em vista esta problemática, recentemente, a partir dos esforços institucionais envolvendo o IBGE, a CPRM/SGB e a União da Geomorfologia Brasileira (UGB) foi criado, em 2019, o Comitê Executivo Nacional (CEN) para a elaboração do Sistema Brasileiro de Classificação do Relevo (SBCR), o qual busca não só estabelecer uma linguagem comum entre as instituições, mas também orientar a comunidade científica geomorfológica para uma padronização, estruturação e representação do relevo no Brasil. Neste contexto, o presente estudo apresenta e discute dois diferentes critérios para o mapeamento de planícies costeiras, o morfológico e o morfogenético, ressaltando que não há significativas diferenciações no produto final de ambos. Contudo, mesmo que o critério a ser adotado seja o morfológico, é impossível a realização do mapeamento sem que haja considerações acerca da morfogênese na individualização das formas de relevo.