A crescente preocupação com a forma e o tipo de ocupação do território tem levado muitos grupos de pesquisa a abordarem essa temática em estudos ambientais, sobretudo no contexto urbano. Essas análises tornam-se cada vez mais importantes, sobretudo em cidades como a de Altamira no Estado do Pará, que nas últimas décadas vem passando por intensos processos de mudança de uso do solo, com pulsos de expansão da malha urbana, ocasionada especialmente pela influência de grandes projetos de infraestrutura, tal como a construção da Usina Hidroelétrica de Belo Monte. Diante disso, o objetivo desta pesquisa foi realizar uma análise multitemporal do uso e ocupação do solo na cidade de Altamira, utilizando técnicas de sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas. A partir de imagens de satélite LANDSAT 5 e 8, referentes aos anos de 2008, 2011, 2017 e 2023, disponibilizadas pelo Serviço Geológico dos EUA, foram categorizadas áreas em fragmento florestal, área consolidada/antropizada, massa d’água e área com a presença de nuvens e sombras. Os resultados apontaram que entre 2008 e 2011 houve uma redução de 0,29% da presença de fragmentos florestais com um aumento substancial da área consolidada, contudo, em 2017 ocorreu um aumento de áreas com fragmentos florestais e uma redução da área antropizada, situação que logo se inverteu em 2023, por fatores climáticos. Esses dados ressaltam a complexa dinâmica entre desenvolvimento urbano e preservação ambiental em Altamira, destacando que a expansão da cidade, ocorreu em áreas previamente utilizadas para pecuária, agora transformadas para fins residenciais e urbanos.