O Distrito Federal é a terceira unidade da federação com menor disponibilidade hídrica por habitante do país. Objetivando proteger e gerir os recursos hídricos, o Plano Diretor de Ordenamento Territorial - PDOT de 1997 criou zonas específicas para garantir a qualidade e disponibilidade das águas: as Áreas de Proteção de Mananciais - APMs. Este estudo objetivou avaliar, por meio da dinâmica de paisagens, a evolução da ocupação das APM Mestre D’Armas e a APM Corguinho, localizadas nas regiões administrativas de Sobradinho e Planaltina/DF, em um período de 30 anos, e os possíveis conflitos relacionados com o uso e ocupação destas áreas de mananciais que contribuem para o abastecimento destas duas regiões administrativas. Foram utilizadas informações geoespaciais geradas pela iniciativa MapBiomas, nos anos de 1992, 2002, 2012 e 2022. No período analisado, foi possível observar a redução de áreas classificadas como cursos hídricos, com expansão da formação campestre, das áreas de usos agropecuários (soja, café e silvicultura) e das áreas urbanizadas (ocupações, estradas). Ao mesmo tempo, foi possível constatar pressões advindas de atividades econômicas, o crescimento da ocupação sem o devido licenciamento em áreas de núcleos rurais e construção de infraestrutura que podem gerar à deterioração e perda dos mananciais causando prejuízos à produção de água. Concluiu-se que, apesar das modificações em relação à época de criação das APMs não terem sido tão evidentes, a gestão dessas áreas requer mecanismos mais efetivos quanto aos usos e as ocupações que permitam a manutenção dos mananciais, em contraposição aos conflitos presentes nas APMs.