Problemas ambientais urbanos são comuns em diversos municípios brasileiros e são decorrentes das formas de uso e ocupação das terras, assim como da ausência de planejamento adequado no decurso do crescimento das cidades. As derivações da ação humana sobre o meio físico têm como consequência a deflagração de impactos ambientais em diversas escalas, que por sua vez afetam a qualidade de vida das populações e geram o desequilíbrio dos ecossistemas. As bacias hidrográficas são recortes espaciais que evidenciam com mais nitidez os impactos gerados pelo avanço da urbanização. Os cursos fluviais constituem sistemas geomorfológicos que recebem e transportam as águas do escoamento superficial, dos fluxos subsuperficiais e a carga de materiais sólidos ou dissolvidos oriunda dos processos da dinâmica sobre as vertentes. Ao se considerar que a ocupação antrópica possui diferentes intensidades de alteração sobre o meio físico, é um fato constatado que a urbanização consiste em uma das formas de apropriação do espaço que mais afetam o funcionamento sistêmico da paisagem. As cidades crescem às expensas da supressão da vegetação, do revolvimento dos solos para fins de terraplanagem e, por fim, geram a impermeabilização, seja pelas edificações como pela pavimentação das vias. Dessa forma haverá a redução das águas infiltradas e o aumento do deflúvio superficial que são respostas da dinâmica hídrica à estrutura do meio urbano. As áreas de contato entre a malha urbana e os cursos fluviais são propensas à impactos que se traduzem na formação de feições erosivas, sobretudo devido à degradação das matas ciliares. Os leitos de rios e córregos recebem uma carga de material sólido que muitas vezes são superiores à capacidade de transporte, resultando em assoreamento. Somados a esses fatos encontram-se com frequência materiais residuais advindos do processo de consolidação do meio urbano, tais como artefatos e entulho da construção civil, ou ainda resíduos sólidos domésticos ou industriais, o que agrava a deterioração dos recursos hídricos e gera condições de insalubridade às populações que residem próximas às margens dos cursos fluviais e/ou que dependem desses para o abastecimento. A partir dessas considerações iniciais, este trabalho objetiva avaliar os impactos da urbanização ocorrentes na bacia hidrográfica do córrego das Garças, inserida dentro da malha urbana do município de Juína (MT). Têm-se como hipótese que a ausência de infraestrutura adequada em bairros ainda não consolidados tem contribuído para a deflagração de processos erosivos e também gerado o assoreamento do córrego.