VIEIRA, Patricio De Albuquerque et al.. Universidade ou ciberprostituição: e agora?. Anais do X CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2024. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/111934>. Acesso em: 25/12/2024 09:25
A ciberprostituição caracteriza-se como uma modalidade relativamente recente e comumente utilizadas pelas profissionais do sexo. De forma virtual, as prostitutas anunciam suas práticas sexuais, agendam encontros e negociam valores para seus programas utilizando meios eletrônicos, como aparelhos móveis, internet e mensagens de textos. No tocante à prostituição, diversas pesquisas discutem a necessidade da ocultação dessa prática por parte de mulheres que precisam proteger suas famílias e, principalmente seus filhos, dos olhares preconceituosos e do estigma social. Pensando assim, um número significativo de prostitutas utiliza sites para comercializar e negociar relações sexuais, apostando na sua privacidade. É sabido que diante do desemprego e da miséria, muitas garotas abraçam a atividade prostitucional como uma maneira de sobrevivência, tendo que decidir entre o meretrício e a universidade, já que o atendimento aos clientes acontece, muitas vezes, conforme o horário livre deles, o que impossibilita a prostituta organizar seu tempo para dedicar-se à educação superior. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo discutir as dificuldades que impedem uma prostituta paraibana de ter acesso ao ensino superior. Para tal, realizamos uma entrevista semiestruturada com uma prostituta residente em João Pessoa, capital da Paraíba, que oferece seus serviços sexuais na internet, a fim de identificar as dificuldades enfrentadas por ela que ocasionam a sua não promoção à universidade. As respostas obtidas foram analisadas levando em consideração os fundamentos teóricos de Jakobsson e Kotsadam (2011), Lopes (2023), Pasini (2009) e Rago (2008), pesquisadores que discutem a condição da mulher prostituída. Os resultados deste trabalho revelam que o desemprego, a necessidade de cuidar dos familiares, a adequação ao horário disponível dos clientes e a falta de políticas públicas voltadas à prostituição feminina são as principais dificuldades que impedem a entrevistada de ter acesso à universidade.