LEITE, Maria Beatriz Gonçalves et al.. . Anais do X CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2024. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/109343>. Acesso em: 25/12/2024 10:25
O presente trabalho traz um debate acerca da influência das fronteiras entre público- privado/ escola- casa dinâmicas relacionais de professores(as) de uma Escola do Campo, em um assentamento do Movimento Sem Terra (MST), assim como seus efeitos sobre a experiência da docência e a saúde mental destes professores. Temos como objetivo problematizar a tentativa de coordenar os relacionamentos com o trabalho, com a vida pessoal e com a própria comunidade escolar, assim como o excesso de atribuições conferidos a eles. Além disso, refletimos acerca de como o envolvimento da escola e dos profissionais com o MST, sobretudo a forma como a coletividade influência no fluxo institucional da Escola do Campo. O tema do trabalho surgiu a partir da experiência de uma oficina com professores desenvolvida em conjunto por profissionais, professores e graduandos de psicologia em uma Escola do Campo localizada no município de Canindé, interior do Ceará. Para embasar as reflexões, foi utilizado a Psicologia Escolar Crítica como referencial teórico- metodológico. Entre os principais resultados observados, destaca-se a exaustão oriunda da sobrecarga de trabalho imposta aos professores(as), a qual influencia na prática da docência e na saúde mental destes, a falta de preparo para lidar com as questões pessoais dos educandos direcionadas a eles(as) e a dificuldade em estabelecer limites entre os problemas de casa e da escola. Além disso, destacamos a ênfase na coletividade própria do Movimento Trabalhadores Sem Terra a qual, divergindo do modo de subjetivação neoliberal que individualiza, segrega e gera competitividade, apresenta uma nova forma de pensar a dimensão coletiva do sofrimento e da prática da docência.