O presente texto é resultado de um estudo de natureza qualitativa que analisou percepções de estudantes de Pedagogia sobre o estágio curricular durante a pandemia da Covid-19, cujo foco de análise voltou-se às posições desses sujeitos em relação à avaliação das experiências e os seus possíveis impactos nos respectivos processos formativos. Adotou-se como instrumento de análise os relatórios de estágio, uma vez que se apresentam como registros reflexivos dos percursos e ações traduzidos nas tramas formativas. A análise foi conduzida a partir das contribuições de autores (PIMENTA; LIMA, 2006; PIMENTA, 2012; GHEDIN, 2014; GHEDIN; OLIVEIRA; ALMEIDA, 2015) que defendem o estágio como campo de conhecimento e como espaço de pesquisa, além de se posicionarem em favor da importância desse componente curricular para a formação e construção das identidades profissionais do professor. Concluiu-se que o estágio foi atribuído pelos acadêmicos como um importante espaço de problematização sobre a profissão e em relação aos reflexos da pandemia no setor educacional. As análises também refletem avaliações negativas, merecendo destaque ao fato de não terem tido contato presencial com as professoras e alunos, além do desafio de mediar situações de ensino remotamente em meio a desigualdade digital visto que muitos aprendizes não dispunham dos bens tecnológicos necessários à participação nos espaços de interação.