Através da análise do perfil epidemiológico e das causas de mortalidade entre idosos pode-se compreender melhor suas condições e hábitos de vida. O presente estudo tem como objetivo identificar os perfis de mortalidade dos idosos “mais jovens” e longevos residentes no estado do Rio Grande do Norte no período de 2000 a 2020. A pesquisa foi do tipo ecológica, transversal, com abordagem quantitativa, que fez uso de informações sociodemográficas e das causas dos óbitos presentes nos registros de óbitos dos idosos que faleceram com 60 a 69 anos e com 80 anos ou mais, no Rio Grande do Norte, no período de 2000 a 2020. Os resultados evidenciaram que o perfil de óbitos entre as duas faixas estudadas difere no período analisado. Há diferença de mortalidade de acordo com o sexo, raça/cor, situação conjugal e uma maior prevalência de óbitos dos idosos sem escolaridade, situação essa mais acentuada entre os idosos longevos. No estudo das causas básicas que ocasionaram os óbitos há uma maior magnitude das causas mal definidas nos mais longevos e em anos anteriores. Contudo, há uma tendência de diminuição dessas causas, nas duas faixas, e um arrefecimento das taxas nas causas de maior magnitude (doenças circulatórias, neoplasias, respiratórias e metabólicas), principalmente nos “mais jovens”, o que sugere uma maior longevidade da população. Um fato recente e evidenciado no presente estudo foi o “excesso de mortalidade” dos idosos estudados no ano 2020, com o aumento dos registros das mortes por doenças infecciosas, ambas as situações ocasionadas possivelmente pela pandemia de Covid-19. Espera-se ter contribuído para o maior conhecimento e sensibilização do contexto epidemiológico dos idosos possibilitando a construção de políticas públicas eficazes que contemplem não apenas um tempo de vida adicional aos idosos, mas uma melhoria de sua qualidade, onde se considere sua dignidade, individualidade e seus direitos.