O Relato de experiência aqui apresentado é resultado da pesquisa de doutorado, que teve como título – “Xipat, professora: letramentos acadêmicos de reexistência na formação inicial de professores munduruku” , desenvolvida junto aos acadêmicos-professores das Turmas do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena da Universidade do Estado do Pará (UEPA), ofertado aos indígenas munduruku da região de Jacareacanga no estado do Pará, no ano de 2016. O Estudo desenvolveu-se a partir de uma metodologia que busca tecer diálogos entre o paradigma sociocrítico e o paradigma interpretativista, que prima pela concepção de que o sujeito faz parte e constitui, ao mesmo tempo, a realidade na qual está inserido. Desta forma, a pesquisa pautou-se em uma visão de linguagem que compreende o estar entre línguas como uma realidade entre os indígenas que falam e escrevem nas línguas indígena e portuguesa. Os resultados mostraram que os professores indígenas, em formação acadêmica inicial, desejam expressar letramentos acadêmicos próprios, específicos, pautados em uma perspectiva decolonial frente à utilização da língua portuguesa.