O envelhecimento bem-sucedido envolve encontrar equilíbrio entre perdas e ganhos, buscando o desenvolvimento contínuo e a construção de uma vida significativa e gratificante. Neste contexto, a ascensão das redes sociais, em especial o Instagram, tem desempenhado um papel significativo na maneira como nos percebemos e nos apresentamos ao mundo. Com recursos como filtros, que modificam digitalmente a aparência, moldamos a imagem online de acordo com padrões de beleza estabelecidos pela sociedade, criando uma expectativa irreal de juventude, promovendo o medo de envelhecer e a distorção da autoimagem. O objetivo central é avaliar a influência do uso dos filtros do Instagram na percepção da autoimagem e do próprio envelhecimento. O método teve um delineamento descritivo, quantitativo e transversal. A amostra foi composta de 379 pessoas, acima de 18 anos, de ambos os sexos. O instrumento foi um questionário elaborado pelas autoras, disponibilizado pelo Google Forms. Os resultados evidenciam que: 62% dos indivíduos se sentem muito bem vendo sua imagem com filtro, onde os filtros “pele lisa” (38,8%), “tirar rugas e manchas” (26,9%) e “pele maquiada” (28,4%) foram os mais destacados; 89,2% responderam que as pessoas que seguem nas redes sociais usam filtros embelezadores e 35,9% referem que “algumas vezes” sentem a autoestima diminuída nessas situações; 79,9% responderam que se comparam com a aparência de outras pessoas. Pode-se concluir que os filtros embelezadores do Instagram mascaram as características próprias do processo de envelhecimento. Apesar da satisfação ao modificar sua imagem socialmente nas redes, a comparação com as outras pessoas provoca sentimentos de baixa auto estima. O uso destes filtros no decorrer do tempo pode ser considerado um problema ao desenvolver nas pessoas um desconforto e consequente distorção de imagem. Outro elemento importante a ser considerado é o reforço da percepção da sociedade sobre o idadismo.