Neste trabalho foi analisado o nível de escolaridade de sujeitos privados de liberdade no Presídio do Serrotão e a influência que esse dado teve com a situação vivenciada por elas. A abordagem da pesquisa utilizada foi uma proposta etnográfica voltada para analisar a educação prisional e o processo de inclusão, numa tentativa de conhecer as causas da baixa escolaridade, as influencias que esse problema exerceu sobre as práticas criminais e a volta aos estudos dentro do sistema prisional do Campus Avançado-UEPB através do programa de extensão Pró-Enem. Numa forma de avaliar a educação como processo de libertação intelectual e de formação da cidadania, este trabalho analisou os discursos de duas “reeducandas” do sistema prisional do complexo do Serrotão através de entrevistas que analisam a problemática da pouca escolaridade destas até à volta aos estudos como forma de realização pessoal e de inclusão social. Dialogando com autores que abordam a temática da educação prisional como Graciano (2008) e Castro (2011) sobre a discussão da educação inclusiva, a proposta deste artigo é fazer uma reflexão a respeito das causas de ordem social que evidenciam o problema da baixa escolarização no Brasil e quais os suportes políticos que garantem o direito à educação aos privados de liberdade. Uma análise que se inicia desde as causas do abandono da sala de aula com pouca escolaridade, passam pelos motivos que as levaram ao sistema prisional e entra no processo inclusivo do retorno ao sistema educacional, ainda na prisão, na busca pela ressocialização do sujeito como propõe Foucault (1987), com a finalidade de retorno à sociedade.