Este artigo é um relato da experiência de estudo no grupo de pesquisa Dialogando com a Diversidade Étnico-Racial, do curso de Pedagogia da UEPB, coordenado pela professora Margareth Maria de Melo. Tem como objetivo comparar as pesquisas sobre o livro didático de história do 4° ano do Ensino Fundamental, com alguns autores que estudam essa temática. Estamos na fase da pesquisa bibliográfica e o confronto entre os textos e os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) de algumas alunas que participavam do grupo, serviu como base para elaboração deste trabalho. A metodologia de pesquisa bibliográfica com leitura e discussão dos textos no grupo permitiu um novo aprendizado e condições para enfrentar o momento seguinte de pesquisa de campo. Estudamos os seguintes autores: Jaime Pinsky (2009), Silva (2001), Aladrén (2010), Pereira (2010), Viana (2010) dentre outros. Dentre os documentos trabalhamos com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana (BRASIL, 2004). Nos resultados se verificou de que modo a inclusão do negro na sociedade brasileira é tratada nos livros didáticos, especificamente, os do 4° ano do Ensino Fundamental, de acordo com as análises de Barbosa (2014) e Silva (2014) podemos perceber que os livros didáticos em questão trazem a temática muito resumida em relação ao negro, visto que a abordagem não possibilita uma compreensão mais ampla do contexto histórico vivenciado pelo negro. Ainda, Silva (2001) destaca o quanto o livro didático veicula estereótipos sobre a pessoa negra expandindo a ideologia do branqueamento. Por meio dos debates, ocorreram esclarecimentos de questões referentes à resistência e à cultura do negro no período do cativeiro, na luta por abolição e no pós-abolição as reivindicações por direitos, reconhecimento e cidadania. Antes das discussões acerca das temáticas apresentadas anteriormente, tinha-se uma visão do negro enquanto indivíduo passivo que se subordinava a todo tipo de trabalho subalterno e agressões físicas. Como também de que a abolição foi dada ao negro pelo branco e não como uma conquista própria deles. Diante disso, após a leitura e discussão de textos Aladrén (2010) e Pereira (2010), pode-se descortinar uma realidade em que o negro é agente da luta pela sua liberdade e que nem sempre aceitou as condições de trabalho e de vida impostas pelos senhores de engenho. Segundo Raquel de Sousa Andrade (2014): “O livro didático de História aborda a questão do povo negro a partir do olhar da escravidão, apresentando o/a negro/a de forma submissa e passiva quanto à sua condição de escravo/a, mostrando a visão européia da História.” Notou-se ainda, que há a necessidade de se repensar, e de reformular nos livros didáticos, as maneiras de tratamento da história do negro desde a sua vida na África, o seu trajeto para o Brasil até suas formas de agir em um território novo e, consequentemente, desconhecido, pois há leis que precisam ser postas em prática e, além de tudo serem conhecidas e respeitadas. Portanto, concluímos que a abordagem da questão africana e afro-brasileira nos livros didáticos é insuficiente para um esclarecimento da realidade e, como consequência disso, a falta de conhecimento da história segundo a visão do escravizado, faz com que a inclusão do negro na sociedade não seja feita de forma mais efetiva de modo a superar os preconceitos e discriminações passadas de gerações para gerações.