Esta pesquisa tem como objetivo geral contribuir para a compreensão crítica do discurso da formação escolar da classe trabalhadora proposta na reforma do Ensino Médio. Por meio do que é proposto nessa lei, a compressão que tem sido possível fazer é a de que a educação não é para todos, por isso seus criadores não mantêm um pacto com o direito a uma educação universal, mas sim com o Banco Mundial e, por isso, entendem que a educação básica deve ser feita para atender às necessidades do mercado. Os pressupostos teóricos metodológicos da Análise do Discurso com base em Pêcheux possibilitaram a realização de uma nova releitura dos sentidos apresentados ou não, por meio dos diferentes discursos materializados no documento analisado, com foco na identificação das posições ideológicas assumidas pelos sujeitos dos referidos discursos. Desse modo, as análises foram feitas tendo por base as condições de produção amplas e estritas. A sequência discursiva escolhida para análise foi retirada do texto da lei nº 13.415/2017, parágrafo 7º, que compõe o artigo 3º da referida lei, e altera o artigo 35-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. Este discurso trata sobre o novo currículo do Ensino Médio que considerará a formação integral do “aluno”, de forma a assumir um trabalho que atenda a construção do seu projeto de vida. A necessidade de o estudante construir um projeto de vida já na entrada do Ensino Médio se refere à flexibilização curricular por meio dos itinerários formativos. A construção do projeto de vida no Ensino Médio da forma como se propõe busca garantir que os sujeitos estudantes desta etapa do ensino não fujam ao que se propõe o plano da atual reforma, de levá-los diretamente ao atendimento das necessidades de mão de obra do mercado.