As evidências indicam que crianças e adolescentes ficam mais motivados e possuem melhor desempenho acadêmico quando contam com maior participação e envolvimento de seus pais ou responsáveis na vida escolar. Da mesma forma, estudos também confirmam que as escolas são mais eficazes na gestão e nos resultados pedagógicos quando há maior fortalecimento da relação família-escola. Este tema é considerado importante pela maioria das secretarias de educação no Brasil, como mostra uma pesquisa nacional realizada em 2018; no entanto, cerca da metade destes órgãos não tinham algum tipo de ação mais sistêmica focada na relação família-escola. Neste sentido, o objetivo do artigo é discutir a importância da relação família-escola na educação de modo geral, assim como durante a pandemia da covid-19 e após retomada das aulas presenciais. Serão analisados os dados coletados entre 2020 e 2022 das nove ondas da pesquisa quantitativa “Educação Não Presencial na Perspectivas dos Estudantes e suas Famílias", realizada com uma amostra representativa a nível nacional com responsáveis por estudantes de escolas públicas brasileiras. De forma preliminar, os resultados indicam que houve maior estreitamento das relações entre escolas e famílias durante o ensino remoto: 5 em cada 10 responsáveis afirmaram estar participando mais da educação dos estudantes do que antes da pandemia e 96% gostariam de continuar mais próximos do processo de aprendizagem após a retomada das atividades presenciais. Além disso, 7 em cada 10 responsáveis valorizam mais os professores do que antes da pandemia. Essa maior relação deixou um aprendizado positivo que garantiu em parte o enfrentamento dos desafios observados durante o fechamento das escolas, mas indica que na retomada e recomposição das aprendizagens será fundamental sensibilizar ainda mais a gestão educacional sobre a importância do tema e promover ações estruturais que apoiem as escolas no fortalecimento deste vínculo.