SOUZA, Bárbara Rocha et al.. . Anais VIII CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2022. Disponível em: <http://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/90604>. Acesso em: 13/11/2024 04:33
Este trabalho se propõe a problematizar os sentidos produzidos pela noção de aprendizagens essenciais trazidas no documento Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Educação Básica e seus efeitos discursivos no cenário curricular. Sob o argumento de definir um conjunto de aprendizagens que sejam necessárias e, mais que isso, essenciais ao alunado, interpretamos tais proposições como estratégias político-discursivas para controlar, direcionar, orientar uma dada formação a partir das competências desenvolvidas no documento. Ademais, temos entendido que tais ações estabelecem a priori um perfil discente, fixam uma suposta representação de sujeito e tencionam um determinado projeto de sociedade no qual esse aluno será inserido. Uma dinâmica de subjetivação curricular que tenta fechar a significação em nome do outro: um currículo para o outro; um conhecimento para o outro; uma aprendizagem que seja essencial para o outro; uma sociedade que vislumbro para o outro. Para adensar tal discussão, como aporte teórico-estratégico, nos apoiamos nas perspectivas pós-estruturais e pós-fundacionais segundo os pressupostos de Ernesto Laclau, Chantal Mouffe e Jacques Derrida. Essa interlocução nos auxilia a colocar em suspeição os sentidos que concorrem pela hegemonia na política que, embora tenham um caráter relacional, precário e contingente, tentam deter o fluxo da significação. À essa expectativa de fechamento discursivo, de controle do outro, trazemos à baila a noção derrideana de cálculo enquanto um importante operador argumentativo para tratar daquilo que é previsível, programado, elaborado para a melhor condução da formação escolar.