Considerando que a prática docente é um lugar comum para o licenciando à medida em que este adentra a sala de aula ainda na formação inicial a partir das diversas possibilidades de atuação (estágios, programas de ensino/extensão, cursos preparatórios, etc.), é significativo discutir a maneira como os professores em formação se percebem no exercício do vir-a-ser docente. Assim, o presente trabalho tem como objetivo refletir sobre as práticas e ações docentes no processo de autorreflexão (PETITJEAN, 2008; LARROSA, 2002) dos professores em formação do curso de letras. Por adotar neste estudo uma perspectiva metodológica qualitativa e etnográfica (GARCEZ; SCHULZ, 2015; MINAYO, 2001), foram utilizados como corpus os questionários semiestruturados e as transcrições de rodas de conversa aplicados a um grupo focal formado por licenciandos em letras que ministram ou ministraram aulas de língua portuguesa na educação básica. A formação do grupo foi possível pela aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRPE. Embasados nos estudos da Nova pragmática (MEY, 2014; RAJAGOPALAN, 2010), buscamos cotejar crenças, valores e posições dos sujeitos a partir do uso de modalizadores epistêmicos e deônticos (BARBOSA, 2017; KOCH, 2005; NASCIMENTO, 2009) que são utilizados para caracterizar a prática docente. Dessa forma, a partir da descrição das elaborações didáticas dos sujeitos, foi identificado um processo autorreflexivo que indica permanente atenção desses professores aprendizes para uma revisão da sua transposição didática, principalmente quando avaliam o aprendizado dos alunos do ensino básico. A identificação desse processo na prática docente desses sujeitos comprova a relevância da autoavaliação das suas práticas na formação inicial.