Ao nos reportarmos ao ensino da língua inglesa no Brasil, vários são os entendimentos acerca desta que emergem nos contextos educacionais. Há contextos que trabalham a língua inglesa como língua franca, outros pensam suas práticas em uma perspectiva de inglês como língua estrangeira, outros como língua adicional. Todas essas nomenclaturas referem-se à mesma língua neste trabalho, a língua inglesa. Contudo, ao optar por uma nomenclatura, optamos também por modos diferentes de ver essa língua, levando em conta aspectos sociais, políticos e culturais que dali emergem. Partindo dessa premissa, o presente trabalho busca: i) compreender os conceitos de língua inglesa presentes em documentos oficiais (BRASIL, 1996, 2005, 2018) e ii) relacionar conceitos que emergem dos documentos analisados com a percepção da prática docente de duas professoras de inglês em contexto do ensino público municipal e de duas professoras de escolas de idiomas. Como vertente metodológica, nossa pesquisa se insere em uma perspectiva qualitativa (MARTINS, 2004; BOGDAN; BIKLEN, 1994) de cunho interpretativo (SOARES, 2006), tendo como base para geração dos dados a análise documental (FLICK, 2009) e relato de experiência (GROLLMUS; TARRÉS, 2015). O viés teórico que orienta a nossa análise se dá por meio dos conceitos abordados por Jordão (2014), Fritzen (2018) e Bailer (2020) em uma perspectiva sociocultural (JOHNSON, 2009). A partir da análise dos dados, pudemos inferir que a escolha por uma nomenclatura específica para se referir à língua inglesa impacta consideravelmente as escolhas metodológicas e pedagógicas docente no contexto escolar. Tal resultado nos leva a refletir sobre a importância da compreensão teórica acerca de termos referentes à língua inglesa, uma vez que estes não são considerados sinônimos, mas sim, termos que se referem à língua inglesa, contudo, com relações políticas, sociais e axiológicas bem definidas, dando uma perspectiva diferente à língua inglesa.