Esse trabalho busca discutir sobre as trajetórias formativas dos professores do Lyceu Parahybano, abarcando o recorte temporal de 1846 a 1864. Assim, percorremos de início, os itinerários formativos daqueles que estiveram intrinsecamente ligados a criação do Lyceu, os padres-mestres, refletindo sobre o conjunto de fatores sociais, políticos, culturais e simbólicos que os mantiveram atuando na Instituição. Partindo das análises empreendidas acerca dos padrões/perfil identificados nas trajetórias dos professores secundários: integrantes da elite, formados no Seminário de Olinda – no caso dos padres – e ou na Faculdade de Direito, bem como em outros espaços formativos no Império e fora dele, é que objetivamos traçar uma história da profissão docente. Para tanto, atentamos para dois professores considerados como pontos fora da curva, são eles: Manrique Victor de Lima que não possuía formação em nível superior e Manoel Pedro Cardoso Vieira, homem negro, livre e letrado. A partir de tais casos que se sobressaem, atravessamos discussões sobre as possíveis formas de legitimação desses sujeitos enquanto professores do Lyceu. As fontes consultadas distam desde os relatórios do Diretor da Instrução Pública e Particular; o Índice Alfabético das Leis da Província da Parahyba; leis e Regulamentos do Lyceu; e jornais. Enquanto suportes teórico-metodológicos nos guiamos pela História Cultural em diálogo com o campo da História da Educação e da História dos Intelectuais que propiciaram as discussões aqui levantadas.