RECORTE DO PROJETO DE PESQUISA “LITERATURA INFANTIL BAIANA: PERFIS FEMININOS, REPRESENTAÇÃO E IDENTIDADES” – ESTE TRABALHO ANALISA AS REPRESENTAÇÕES DAS PERSONAGENS FEMININAS NO LIVRO “A BANDA DAS MENINAS”, PUBLICADO EM 2019, PELA AUTORA BAIANA EMÍLIA NUñEZ. NA OBRA, É NARRADA A HISTÓRIA DE LEILOCA, UMA GAROTA QUE DESEJA SER BATERISTA DE UMA BANDA, MAS QUE ENCONTRA DIFICULDADE EM SE INSERIR EM UM GRUPO DEVIDO AO FATO DE SIMPLESMENTE SER MENINA. ULTRAPASSANDO A DICOTOMIA DOS PAPÉIS SOCIAIS DO HOMEM E DA MULHER, A LITERATURA INFANTIL CONTEMPORÂNEA TENDE A TENSIONAR TAIS VALORES, RECONFIGURANDO O LUGAR DE SEUS PERSONAGENS. PARA ALICERÇAR AS DISCUSSÕES, HÁ DOIS EIXOS TEÓRICOS: (1) ESTUDOS SOBRE LEITURA E LITERATURA INFANTIL, EM ESTAQUE PARA AS ANÁLISES DE NELLY COELHO, MARISA LAJOLO E MÁRCIA ABREU; (2) ESTUDOS DE GÊNERO E IDENTIDADE, EM ESPECIAL AS DISCUSSÕES DE ZYGMUNT BAUMAN, STUART HALL, JUDITH BUTLER E SIMONE BEAUVOIR. É SALUTAR OBSERVAR AS REPRESENTAÇÕES DAS PERSONAGENS FEMININAS EM OBRAS INFANTIS CONTEMPORÂNEAS, OBSERVANDO, EM ESPECIAL, SE HÁ UMA RELOCAÇÃO DE SEUS PAPÉIS EM RELAÇÃO À VISÃO TRADICIONAL QUE ESTABELECIA CARATERÍSTICAS ESPECÍFICAS PARA ELAS, COMO PASSIVIDADE, ACEITAÇÃO, DESEJO DE UM CASAMENTO PARA TER O FINAL FELIZ OU A ESPERA DE UM PERSONAGEM MASCULINO QUE A SALVE DAS INTEMPÉRIES. TRANSPOR TAL VISÃO REDUCIONISTA É UMA FORMA DE RATIFICAR PARA AS MENINAS QUE ELAS PODEM DESEJAR REALIZAÇÕES PESSOAIS PARA ALÉM DO MATRIMÔNIO, ALMEJAR ATRAVESSAR CAMINHOS INCERTOS (SEM ESPERAR QUE ALGUÉM A SALVE), A FIM DE CHEGAR A UM OBJETIVO MAIOR: SER ELA MESMA.