Introdução: Torna-se inviável embasar uma prática profissional em teorias que tenham um modelo de homem estático, imutável e isolado. O sujeito social está em constante contato com o outro, influenciando e sendo influenciado, sua subjetividade é, portanto processual e comunitária. Neste sentido elementos demarcadores das relações coletivas como as políticas públicas podem se beneficiar com intervenções socioeducativas em comunidades, tanto em seu planejamento quanto em sua efetivação. Destacamos a questão do “idoso” que é historicamente relegado a um lugar de fragilidade, cujo poder público deve proteger, afastando-os do debate coletivo e impingindo-lhes uma série de medidas massificadoras. Concretamente, o conceito de “participação social” só teve início durante a década de noventa, sob a forma modelo político-pedagógico, ressaltando o fato de que ele emergiu em uma perspectiva progressista, a qual aponta o surgimento de líderes empreendedores isolados que atuariam, motivando seus “subordinados” por meio da ação geradora, mas inegavelmente a figura do idoso não aparece neste cenário. Objetivo: Tem-se como objetivo discutir a possibilidade de atuar em ações socioeducativas como elemento de fortalecimento da participação dos idosos nas diferentes esferas das Políticas Públicas. Metodologia: Constitui-se em uma revisão crítica da literatura que tem como foco promover uma reflexão questionadora, emancipatória e autônoma, fazendo com que se vá além das estruturas pré-determinadas eu afastam o saber científico da participação social e Política. Compreendemos que nenhuma intervenção é “neutra” e que, portanto, deve ter claras bases ético-políticas comprometidas com a realidade social e em especial com os grupos “marginalizados”. Resultados: É factual que as Políticas Públicas Brasileiras voltadas, para o segmento do envelhecimento, durante anos tenderam a considerar este segmento social como um problema social grave vinculado aos altos custos com previdência e saúde pública. Os textos em questão não tinham, até o surgimento do estatuto do idoso, o envelhecimento como foco e estavam pontuados em diferentes esferas governamentais sem a reflexão das peculiaridades desses sujeitos, desarticulados entre si. Neste cenário, o avanço de uma política específica para os idosos foi inegável. Entretanto muito se tem a avançar neste sentido considerando especialmente as intervenções excludentes em que apenas alguns grupos minoritários (em geral partidários) participam das discussões sobre o coletivo, longe do espaço e do signo comunitário. Conclusões: Acredita-se que a efetiva participação e controle social é o único caminho para a consolidação de Políticas e ações para os idosos que estabeleçam objetivos, diretrizes e estratégias coerentes com a realidade e que, portanto, gerem ações eficazes voltadas à dinâmica de desenvolvimento para todos. São essenciais para as intervenções em gerontologia a adoção de um pensamento dialógico e a atuação com grupos. É requisito profissional desenvolver a capacidade de problematizar e buscar soluções, numa formação que inclua a pesquisa e uma prática pluralista. A ação deve se estabelecer sobre uma base sólida que propicie a critica e o desenvolvimento de seus conhecimentos, neste sentido a atuação em comunidades oferece subsídios essenciais a formação e intervenção articuladas com uma realidade ativa e integrada na sociedade.