IBIAPINA, Mariana Lira et al.. Educação no campo: história, lutas e conquistas.. Anais I CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <http://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/7180>. Acesso em: 27/11/2024 21:28
O presente artigo buscou discutir a incansável luta dos movimentos sociais do campo entre o fim dos anos 70 e início dos anos 80, pautando a discussão das lutas e conquistas desses movimentos por uma escola e uma educação com foco na realidade local, isto é, do campo e para o campo. A pesquisa foi elaborada através de estudos e revisões bibliográficas de cunho exploratório, tendo seu referencial teórico em: Ferreira e Brandão (2011); Molina (2006) e Santos (2000; 2002). Contatou-se através das leituras e pesquisas bibliográficas que a luta dos Movimentos Sociais pela educação, surgiu principalmente através dos integrantes do Movimento dos Sem Terra – MST, partindo da preocupação dos mesmos em assegurar a escolarização de seus familiares e que o processo de lutas e reinvindicações por uma educação no campo de qualidadecontavam com forte participação da comunidade, que se organizaram em comissões e acampamentos buscando melhores condições através de doações e trabalhos coletivos. A adequação do currículo escolar através da Lei de Diretrizes e Bases (LDB, 1996), voltada para a realidade no e do campo foi considerada uma conquista, no entanto essas alterações vêm acontecendo ao longo do tempo, através de adaptações e adequações a vida rural e as regiões. É perceptível que a história da educação do campo foi marcada profundamente pelo abandono e descaso do poder público que por muito tempo manteve uma postura falha no que se refere a investimentos de escolas do campo, optando por executar melhorias em escolas da cidade e nos transportes para deslocamento da população. Neste aspecto a mobilidade da educação do campo para a cidade torna-se uma problemática tendo em vista que a comunidade que se desloca rotineiramente sofre um déficit na sua identidade local. Baseados na história das experiências, das lutas por melhores condições de infraestrutura, transporte, localização geográfica e currículo, bem como as conquistas de seus atores sociais, entendemos que quem faz a escola do campo são os movimentos sociais e os povos do campo e que a mesma ainda hoje é fruto das lutas e conquistas de homens e mulheres que vivem e residem na zona rural. Nesse contexto torna-se claro que a escola do campo precisa de uma maior atenção do Governo e que é fundamental que a mesma seja ocupada pela pedagogia dos movimentos que formam os sujeitos sociais do campo, isto é, uma pedagogia libertadora e emancipadora.