Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

O QUE

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As questões com as quais nos deparamos desde o princípio foram: 1 - as crianças desenham figurativamente mesmo? 2 - por que algumas crianças param de desenhar e outras não, seria por conta da obrigatoriedade de representar o mundo como o vemos? 3 - há mesmo uma forma universal de ver o mundo, em termos de desenho? Tais questões nos indicaram os caminhos que deveríamos trilhar, nortearam e norteiam a nossa pesquisa. Enquanto lidávamos com as questões de desenho já citadas, começamos nossas atividades no Programa institucional de bolsa de iniciação a docência (PIBID) de Artes Visuais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) 2018, na qual estamos ainda tateando, começando, todavia, alguma experiência no âmbito da docência já nos proporcionou a possibilidade de refletirmos sobre a prática, o que corrobora com o nosso entendimento: ideia experienciada. Conhecemos uma turma de ensino fundamental de uma escola da rede pública municipal do Rio de Janeiro em uma aula de artes, estávamos iniciando as nossas atividades naquele dia e tivemos a grata surpresa de encontrá-los desenhando. A grande maioria dos desenhos retratavam a fantasia do mundo infantil, como fadas, princesas ou personagens de desenhos da televisão. Após alguns minutos de conversa, os desenhos começaram a retratar os bolsistas que as crianças mais tiveram envolvimento; elas se desenhavam ao lado dos adultos que mais gostaram. Assim os eventos seguiram e pudemos notar que aquelas crianças, entre 8 e 10 anos já estavam 'fluentes' no desenho de representação, o que quase significa não serem mais capazes de desenhar algo que não represente necessariamente alguma coisa, uma inabilidade para abstração. Vale ressaltar que essa inabilidade é nutrida e incentivadas pela grande maioria dos adultos. O que pode indiciar de uma poda da criatividade e imaginação das crianças, portanto, alternativas precisam ser apresentadas. Pensando os assuntos citados sob a ótica da sala de aula, que é universo inteiro em expansão, onde o ordinário faz-se extraordinário, e avaliando como podemos fomentar o desenho dentro desta, propomos o incentivo de um desenho sem a obrigatoriedade da representação do visível aos alunos, mas ao fazê-lo nos deparamos com algumas dificuldades, tais quais: pressões externas (por vezes familiares) à representação, adultos querem se ver representados nos desenhos das crianças próximas e por isso fortalecem a ideia de que o único viés do desenho é a representação; pressões midiáticas à representação (desenhos animados inclusos), muitas crianças sentem a necessidade de desenhar seus personagens favoritos, seja por interferências dos amigos próximos, demais professores ou familiares - cabe salientar que desenhar personagens não é algo necessariamente ruim, entretanto, existem os casos de crianças que não conseguem se libertar da representação, seja de personagem ou do real, na hora de desenhar e é nessa hora que os personagens tornam-se limitantes. Dentro do espectro da representação, vale ressaltar, ainda, mais duas limitações sobre o ato de desenhar. Estas são: limitações "culturais" e limitações religiosas. A primeira fala da limitação gerada pela sonegação dos fatores culturais de nossa ancestralidade brasileira, exemplo: a sonegação da ancestralidade africana e indígena; que acaba por fazer com que os desenhos das crianças sejam quase sempre de personagens brancos - para ser ter uma ideia, em um exercício na escola citada, onde o proposto era desenhar a figura da paquistanesa ?Malala Yousafzai, as crianças a representavam com a pele mais clara, os cabelos loiros e os olhos claros, ressaltando certo condicionamento estético. Um importante detalhe é que nenhuma das crianças presente na sala era loira ou tinham olhos claros. Portanto, fica evidente a necessidade, junto aos problemas destacados, de problematizar o conceito da "cor de pele" da caixa de lápis de cor nas escolas, sobretudo nas escolas públicas. A segunda dialoga com o fundamentalismo religioso com o qual lidamos no brasil atual. Temáticas diversas podem ser encaradas como diabólicas. Desde a nossa ancestralidade africana até a abstração. Infelizmente, é comum ver pessoas tratando temas abstratos como demoníacos; fruto de uma interpretação particular da bíblia, que diz que "deus não se mistura com as trevas", portanto, algumas correntes tendem a entender tudo o que não é de assimilação direta como diabólico, pois a luz seria o de fácil assimilação e as trevas, tudo o que não se apreende rapidamente. Lidamos com estas questões partindo das bibliografias: "Desenhando com o lado direito do cérebro", de Betty Edwards; "Princípios de forma e desenho", de Wucius Wong e "Sintaxe da linguagem visual", de Donis A. Dondis, pensando a partir dos exercícios e temáticas abordados nos livros, mas extrapolando-os. Cabe dizer que cada dia em sala de aula é um novo dia, portanto tudo faz-se novo. É no ordinário que acontece a história, como diria Certeau, e no mesmo chão, material, físico, medíocre que habita, também, o extraordinário, o avesso do medíocre: o ensino inseparável da aprendizagem. Palavras-chave: ensino, desenho, arte, aprendizado Referências: EDWARDS, Betty, Desenhando com o Lado Direito do cérebro; DONDIS, Donis A., Sintaxe da linguagem visual; WONG, Wucius, Princípios de forma e desenho "
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Conhecemos uma turma de ensino fundamental de uma escola da rede pública municipal do Rio de Janeiro em uma aula de artes, estávamos iniciando as nossas atividades naquele dia e tivemos a grata surpresa de encontrá-los desenhando. A grande maioria dos desenhos retratavam a fantasia do mundo infantil, como fadas, princesas ou personagens de desenhos da televisão. Após alguns minutos de conversa, os desenhos começaram a retratar os bolsistas que as crianças mais tiveram envolvimento; elas se desenhavam ao lado dos adultos que mais gostaram. Assim os eventos seguiram e pudemos notar que aquelas crianças, entre 8 e 10 anos já estavam 'fluentes' no desenho de representação, o que quase significa não serem mais capazes de desenhar algo que não represente necessariamente alguma coisa, uma inabilidade para abstração. Vale ressaltar que essa inabilidade é nutrida e incentivadas pela grande maioria dos adultos. 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Dentro do espectro da representação, vale ressaltar, ainda, mais duas limitações sobre o ato de desenhar. Estas são: limitações "culturais" e limitações religiosas. A primeira fala da limitação gerada pela sonegação dos fatores culturais de nossa ancestralidade brasileira, exemplo: a sonegação da ancestralidade africana e indígena; que acaba por fazer com que os desenhos das crianças sejam quase sempre de personagens brancos - para ser ter uma ideia, em um exercício na escola citada, onde o proposto era desenhar a figura da paquistanesa ?Malala Yousafzai, as crianças a representavam com a pele mais clara, os cabelos loiros e os olhos claros, ressaltando certo condicionamento estético. Um importante detalhe é que nenhuma das crianças presente na sala era loira ou tinham olhos claros. Portanto, fica evidente a necessidade, junto aos problemas destacados, de problematizar o conceito da "cor de pele" da caixa de lápis de cor nas escolas, sobretudo nas escolas públicas. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

O que, e como, as crianças desenham? Felipe Moreira Coutinho/felcoutinhoart@gmail.com/UERJ Maria Luisa Horisawa Machado da Silva/UERJ Clara Mitra Gomes Pinheiro/UERJ Maria Luiza de Souza Pontes/UERJ Gabrielly Rodrigues de Carvalho/UERJ Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Agência Financiadora: CAPES PIBID No presente trabalho pensamos a respeito do que as crianças desenham e como desenham. Indo além, pensamos como a prática do desenho pode atuar no desenvolvimento das coordenações motoras, das habilidades com as diferentes atividades que precisamos lidar na sociedade contemporânea, incluindo a própria sala de aula e como o desenho pode atuar no desenvolvimento das capacidades de abstração, elemento fundamental para o desenvolvimento e aprimoramento da linguagem falada/escrita e da apreensão dos símbolos matemáticos. As questões com as quais nos deparamos desde o princípio foram: 1 - as crianças desenham figurativamente mesmo? 2 - por que algumas crianças param de desenhar e outras não, seria por conta da obrigatoriedade de representar o mundo como o vemos? 3 - há mesmo uma forma universal de ver o mundo, em termos de desenho? Tais questões nos indicaram os caminhos que deveríamos trilhar, nortearam e norteiam a nossa pesquisa. Enquanto lidávamos com as questões de desenho já citadas, começamos nossas atividades no Programa institucional de bolsa de iniciação a docência (PIBID) de Artes Visuais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) 2018, na qual estamos ainda tateando, começando, todavia, alguma experiência no âmbito da docência já nos proporcionou a possibilidade de refletirmos sobre a prática, o que corrobora com o nosso entendimento: ideia experienciada. Conhecemos uma turma de ensino fundamental de uma escola da rede pública municipal do Rio de Janeiro em uma aula de artes, estávamos iniciando as nossas atividades naquele dia e tivemos a grata surpresa de encontrá-los desenhando. A grande maioria dos desenhos retratavam a fantasia do mundo infantil, como fadas, princesas ou personagens de desenhos da televisão. Após alguns minutos de conversa, os desenhos começaram a retratar os bolsistas que as crianças mais tiveram envolvimento; elas se desenhavam ao lado dos adultos que mais gostaram. Assim os eventos seguiram e pudemos notar que aquelas crianças, entre 8 e 10 anos já estavam 'fluentes' no desenho de representação, o que quase significa não serem mais capazes de desenhar algo que não represente necessariamente alguma coisa, uma inabilidade para abstração. Vale ressaltar que essa inabilidade é nutrida e incentivadas pela grande maioria dos adultos. O que pode indiciar de uma poda da criatividade e imaginação das crianças, portanto, alternativas precisam ser apresentadas. Pensando os assuntos citados sob a ótica da sala de aula, que é universo inteiro em expansão, onde o ordinário faz-se extraordinário, e avaliando como podemos fomentar o desenho dentro desta, propomos o incentivo de um desenho sem a obrigatoriedade da representação do visível aos alunos, mas ao fazê-lo nos deparamos com algumas dificuldades, tais quais: pressões externas (por vezes familiares) à representação, adultos querem se ver representados nos desenhos das crianças próximas e por isso fortalecem a ideia de que o único viés do desenho é a representação; pressões midiáticas à representação (desenhos animados inclusos), muitas crianças sentem a necessidade de desenhar seus personagens favoritos, seja por interferências dos amigos próximos, demais professores ou familiares - cabe salientar que desenhar personagens não é algo necessariamente ruim, entretanto, existem os casos de crianças que não conseguem se libertar da representação, seja de personagem ou do real, na hora de desenhar e é nessa hora que os personagens tornam-se limitantes. Dentro do espectro da representação, vale ressaltar, ainda, mais duas limitações sobre o ato de desenhar. Estas são: limitações "culturais" e limitações religiosas. A primeira fala da limitação gerada pela sonegação dos fatores culturais de nossa ancestralidade brasileira, exemplo: a sonegação da ancestralidade africana e indígena; que acaba por fazer com que os desenhos das crianças sejam quase sempre de personagens brancos - para ser ter uma ideia, em um exercício na escola citada, onde o proposto era desenhar a figura da paquistanesa ?Malala Yousafzai, as crianças a representavam com a pele mais clara, os cabelos loiros e os olhos claros, ressaltando certo condicionamento estético. Um importante detalhe é que nenhuma das crianças presente na sala era loira ou tinham olhos claros. Portanto, fica evidente a necessidade, junto aos problemas destacados, de problematizar o conceito da "cor de pele" da caixa de lápis de cor nas escolas, sobretudo nas escolas públicas. A segunda dialoga com o fundamentalismo religioso com o qual lidamos no brasil atual. Temáticas diversas podem ser encaradas como diabólicas. Desde a nossa ancestralidade africana até a abstração. Infelizmente, é comum ver pessoas tratando temas abstratos como demoníacos; fruto de uma interpretação particular da bíblia, que diz que "deus não se mistura com as trevas", portanto, algumas correntes tendem a entender tudo o que não é de assimilação direta como diabólico, pois a luz seria o de fácil assimilação e as trevas, tudo o que não se apreende rapidamente. Lidamos com estas questões partindo das bibliografias: "Desenhando com o lado direito do cérebro", de Betty Edwards; "Princípios de forma e desenho", de Wucius Wong e "Sintaxe da linguagem visual", de Donis A. Dondis, pensando a partir dos exercícios e temáticas abordados nos livros, mas extrapolando-os. Cabe dizer que cada dia em sala de aula é um novo dia, portanto tudo faz-se novo. 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