Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

INSERÇÃO DE PROFESSORES NA CARREIRA DOCENTE: O OLHAR DA LITERATURA DA ÁREA SOBRE O TEMA

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Estudos como os de Marcelo Garcia (1999), Huberman (2000), André (2012), Tardif (2014), Calil e André (2016) mostram que os primeiros anos da iniciação na docência representam uma etapa importante para a construção do ser professor. Esse período, segundo os autores, é marcado, também, por algumas características, a saber: instabilidade, insegurança, aceitação de desafios, desequilíbrios, ajustamentos, dentre outras. Marcelo García (2010) diz que a iniciação ao ensino ocorre nos primeiros anos, nos quais os professores fazem a transição de estudantes para docentes. Segundo esse autor, esse período é marcado por tensões e aprendizagens intensivas em contextos que, geralmente, são desconhecidos pelos professores iniciantes. Além do conhecimento profissional, os professores iniciantes precisam manter certo equilíbrio pessoal. Nessa mesma direção, Cavaco (1999) destaca que os primeiros anos da carreira profissional do professor é um tempo de instabilidade, insegurança, mas também de aceitação de desafios, em que o docente cria novas relações profissionais. Segundo a autora, trata-se de um período de tensões e desequilíbrios; de reorganizações frequentes e ajustamentos progressivos das expectativas e aspirações ocupacionais ao universo profissional. Para Tardif (2014), a iniciação do docente na carreira do magistério é acompanhada também de uma fase crítica, uma vez que é a partir das certezas e desdobramentos da experiência prática que os professores avaliam sua formação na Universidade. Desse modo, percebem que muita coisa da profissão se aprende pela experiência, tateando e descobrindo no próprio trabalho. Provocado por esse quadro da iniciação na docência, retratado pelas leituras teóricas, realizei a segunda etapa da pesquisa que consistiu em um levantamento bibliográfico que selecionou publicações disponíveis sobre o tema no Banco de Teses e Dissertações do Portal da CAPES, na Biblioteca Digital de Teses de Dissertações (BDTD/IBICT) e em periódicos reconhecidos no meio acadêmico. Além desses, foram consultados anais de eventos representativos das pesquisas em Educação, como os da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) e do Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE). Os estudos analisados nesta etapa tiveram como foco o professor iniciante e, de maneira geral, focaram no seu desenvolvimento profissional, investigando a prática pedagógica, as dificuldades, os processos de socialização e sua relação com a formação inicial. Na sua maioria, essas pesquisas, mesmo utilizando diferentes abordagens teórico-metodológicas, parecem seguir uma tendência que responsabiliza a formação inicial pelas dificuldades encontradas nos anos iniciais do exercício da profissão. Assim sendo, conhecer esses estudos foi importante, pois me atrevo, agora, a problematizá-los, questionando-os: a maioria dos trabalhos aponta para os problemas e as dificuldades na inserção profissional na carreira docente, esses problemas e dificuldades não seriam os mesmos enfrentados por todos os docentes na escola, hoje, independente do tempo de serviço? Ou serão esses problemas e dificuldades decorrentes dos modos como os iniciantes são subjetivados nas relações de poder que se estabelecem no contexto escolar? Como essas experiências de si operam na constituição do tornar-se um professor? Espero com este texto provocar e estimular reflexões sobre o exercício da docência na contemporaneidade, especialmente entre os professores principiantes, estimulando o desenvolvimento de pesquisas que lancem olhares e questões outras sobre a profissão docente. Palavras-chave: professores iniciantes, docência, desenvolvimento profissional, revisão de literatura. Referências: ANDRÉ. M. E. D. A. Políticas e Programas de apoio aos professores iniciantes no Brasil. Cadernos de Pesquisa. V. 42, n. 145, p. 112-129, jan./abr. 2012. CALIL, A. M. G. C.; ANDRÉ, M. E. D. A. Uma política de formação voltada aos professores iniciantes de Sobral - CE. Rev. Diálogo Educ. Curitiba, v. 16, n. 50, p. 891-909, out./dez. 2016. CAVACO, Maria Helena. Oficio do professor: o tempo e as mudanças. In: NÓVOA, Antonio. Profissão Professor. Porto: Porto Editora, 1999. p. 155?191. HUBERMAN, M. O ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, A. (Org.). Vidas de professores. 2. ed. Porto: Porto, 2000. p.31-61. IMBERNÓN, Francisco. Qualidade do ensino e formação do professorado: uma mudança necessária. São Paulo: Cortez, 2016. MARCELO GARCIA, C. Formação de professores: para uma mudança educativa. (Coleção Ciências da Educação - século XXI). Porto: Porto Editora, 1999. __________. O professor iniciante, a prática pedagógica e o sentido da experiência. Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação Docente. Belo Horizonte, v. 02, n. 03, p. 11-49, ago./dez. 2010. Disponível em: http://formacaodocente.autenticaeditora.com.br Acesso em: 07 set. 2017. TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. "
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Espero com este texto provocar e estimular reflexões sobre o exercício da docência na contemporaneidade, especialmente entre os professores principiantes, estimulando o desenvolvimento de pesquisas que lancem olhares e questões outras sobre a profissão docente. Palavras-chave: professores iniciantes, docência, desenvolvimento profissional, revisão de literatura. Referências: ANDRÉ. M. E. D. A. Políticas e Programas de apoio aos professores iniciantes no Brasil. Cadernos de Pesquisa. V. 42, n. 145, p. 112-129, jan./abr. 2012. CALIL, A. M. G. C.; ANDRÉ, M. E. D. A. Uma política de formação voltada aos professores iniciantes de Sobral - CE. Rev. Diálogo Educ. Curitiba, v. 16, n. 50, p. 891-909, out./dez. 2016. CAVACO, Maria Helena. Oficio do professor: o tempo e as mudanças. In: NÓVOA, Antonio. Profissão Professor. Porto: Porto Editora, 1999. p. 155?191. HUBERMAN, M. O ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, A. (Org.). Vidas de professores. 2. ed. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

INSERÇÃO DE PROFESSORES NA CARREIRA DOCENTE: O OLHAR DA LITERATURA DA ÁREA SOBRE O TEMA Ginaldo Cardoso de Araújo/ ginaldouneb@gmail.com /UNEB/UFMG Eixo Temático: Formação inicial e continuada de professores - com ênfase na análise de experiência, programas e políticas. Agência Financiadora: CAPES Resumo Este texto deriva de uma pesquisa em desenvolvimento em um Programa de Pós-graduação stricto sensu - Doutorado - e intenciona discutir o posicionamento da literatura da área de formação e desenvolvimento profissional docente sobre a inserção de professores na carreira docente. Nos últimos anos, temos visto um movimento significativo nos estudos relacionados à área de Educação e, no campo específico da formação docente, as pesquisas se ampliam, abarcando, além da formação inicial, o professor no exercício da profissão, inclusive aqueles que estão nos primeiros anos da prática docente. Estudos como os de Marcelo Garcia (1999), Huberman (2000), André (2012), Tardif (2014), Calil e André (2016) mostram que os primeiros anos da iniciação na docência representam uma etapa importante para a construção do ser professor. Esse período, segundo os autores, é marcado, também, por algumas características, a saber: instabilidade, insegurança, aceitação de desafios, desequilíbrios, ajustamentos, dentre outras. Marcelo García (2010) diz que a iniciação ao ensino ocorre nos primeiros anos, nos quais os professores fazem a transição de estudantes para docentes. Segundo esse autor, esse período é marcado por tensões e aprendizagens intensivas em contextos que, geralmente, são desconhecidos pelos professores iniciantes. Além do conhecimento profissional, os professores iniciantes precisam manter certo equilíbrio pessoal. Nessa mesma direção, Cavaco (1999) destaca que os primeiros anos da carreira profissional do professor é um tempo de instabilidade, insegurança, mas também de aceitação de desafios, em que o docente cria novas relações profissionais. Segundo a autora, trata-se de um período de tensões e desequilíbrios; de reorganizações frequentes e ajustamentos progressivos das expectativas e aspirações ocupacionais ao universo profissional. Para Tardif (2014), a iniciação do docente na carreira do magistério é acompanhada também de uma fase crítica, uma vez que é a partir das certezas e desdobramentos da experiência prática que os professores avaliam sua formação na Universidade. Desse modo, percebem que muita coisa da profissão se aprende pela experiência, tateando e descobrindo no próprio trabalho. Provocado por esse quadro da iniciação na docência, retratado pelas leituras teóricas, realizei a segunda etapa da pesquisa que consistiu em um levantamento bibliográfico que selecionou publicações disponíveis sobre o tema no Banco de Teses e Dissertações do Portal da CAPES, na Biblioteca Digital de Teses de Dissertações (BDTD/IBICT) e em periódicos reconhecidos no meio acadêmico. Além desses, foram consultados anais de eventos representativos das pesquisas em Educação, como os da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) e do Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE). Os estudos analisados nesta etapa tiveram como foco o professor iniciante e, de maneira geral, focaram no seu desenvolvimento profissional, investigando a prática pedagógica, as dificuldades, os processos de socialização e sua relação com a formação inicial. Na sua maioria, essas pesquisas, mesmo utilizando diferentes abordagens teórico-metodológicas, parecem seguir uma tendência que responsabiliza a formação inicial pelas dificuldades encontradas nos anos iniciais do exercício da profissão. Assim sendo, conhecer esses estudos foi importante, pois me atrevo, agora, a problematizá-los, questionando-os: a maioria dos trabalhos aponta para os problemas e as dificuldades na inserção profissional na carreira docente, esses problemas e dificuldades não seriam os mesmos enfrentados por todos os docentes na escola, hoje, independente do tempo de serviço? Ou serão esses problemas e dificuldades decorrentes dos modos como os iniciantes são subjetivados nas relações de poder que se estabelecem no contexto escolar? Como essas experiências de si operam na constituição do tornar-se um professor? Espero com este texto provocar e estimular reflexões sobre o exercício da docência na contemporaneidade, especialmente entre os professores principiantes, estimulando o desenvolvimento de pesquisas que lancem olhares e questões outras sobre a profissão docente. Palavras-chave: professores iniciantes, docência, desenvolvimento profissional, revisão de literatura. Referências: ANDRÉ. M. E. D. A. Políticas e Programas de apoio aos professores iniciantes no Brasil. Cadernos de Pesquisa. V. 42, n. 145, p. 112-129, jan./abr. 2012. CALIL, A. M. G. C.; ANDRÉ, M. E. D. A. Uma política de formação voltada aos professores iniciantes de Sobral - CE. Rev. Diálogo Educ. Curitiba, v. 16, n. 50, p. 891-909, out./dez. 2016. CAVACO, Maria Helena. Oficio do professor: o tempo e as mudanças. In: NÓVOA, Antonio. Profissão Professor. Porto: Porto Editora, 1999. p. 155?191. HUBERMAN, M. O ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, A. (Org.). Vidas de professores. 2. ed. Porto: Porto, 2000. p.31-61. IMBERNÓN, Francisco. Qualidade do ensino e formação do professorado: uma mudança necessária. São Paulo: Cortez, 2016. MARCELO GARCIA, C. Formação de professores: para uma mudança educativa. (Coleção Ciências da Educação - século XXI). Porto: Porto Editora, 1999. __________. O professor iniciante, a prática pedagógica e o sentido da experiência. Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação Docente. Belo Horizonte, v. 02, n. 03, p. 11-49, ago./dez. 2010. Disponível em: http://formacaodocente.autenticaeditora.com.br Acesso em: 07 set. 2017. TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

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