Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

ETNOCIÊNCIAS EM DIÁLOGO COM A FORMAÇÃO DE PROFESSORES: LIMITES E POSSIBILIDADES

"2018-12-03 23:00:00" // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
App\Base\Administrativo\Model\Artigo {#1843 // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
  #connection: "mysql"
  +table: "artigo"
  #primaryKey: "id"
  #keyType: "int"
  +incrementing: true
  #with: []
  #withCount: []
  +preventsLazyLoading: false
  #perPage: 15
  +exists: true
  +wasRecentlyCreated: false
  #escapeWhenCastingToString: false
  #attributes: array:35 [
    "id" => 51436
    "edicao_id" => 104
    "trabalho_id" => 133
    "inscrito_id" => 55577
    "titulo" => "ETNOCIÊNCIAS EM DIÁLOGO COM A FORMAÇÃO DE PROFESSORES: LIMITES E POSSIBILIDADES"
    "resumo" => "RESUMO: A busca de conhecimento singulariza historicamente a humanidade, pois desde quando iniciou o processo de domínio e transformação da natureza garantiu a sua reprodução social, transmitindo gradativamente, valores e hábitos de geração a geração. Nesse percurso, o eurocentrismo tem assumido centralidade nos processos formativos, implicando em uma compreensão distorcida de nossas raízes, que prioriza a representação do branco, europeu, como único sujeito que compôs a nossa história, subalternizando, ou mesmo negando, as contribuições de outras etnias. Com as mudanças constantes nas formas de aprender e ensinar, os processos de Formação de Professores em diálogo com seu exercício profissional devem favorecer o desenvolvimento pessoal, profissional e social dos docentes, assentados em projetos de vida do docente (individual), Projeto Político-Pedagógico da Escola (coletivo) e projeto de sociedade. Desta feita, busca-se o fortalecimento vivências interculturais na universidade e nas escolasaliado a uma boa base conceitual sobre ensino de Ciências, Direitos Humanos e Interculturalidade como possibilidade de combate às diversas formas de preconceito e discriminação ainda tão presentes na sociedade. A Etnociências tem um caráter político e antropológico, pois aproxima a educação científica de grupos que se identificam por tradições e objetivos que os singularizam, como o povo africano, os indígenas, os quilombolas, por exemplo.Nessa perspectiva, a Etnociências situa-se em um contexto social bem demarcado, envolve os saberes de comunidades tradicionais, associando-os ao conhecimento científico. Assim, na compreensão de Rosa e Orey (2012, p. 867), "[...] os membros dos grupos culturais têm a própria interpretação de sua cultura, denominada abordagem êmica, em oposição à interpretação dos pesquisadores e investigadores, denominada abordagem ética". Tal posicionamento desafia pesquisadores ao exercício do olhar a partir da perspectiva de como os sujeitos de um grupo cultural compreendem suas próprias manifestações.Em perspectiva semelhante, é possível um diálogo entre a Etnociências e a essência da Etnomatemática, revelada por D´Ambrosio (2011) como uma contribuição para a reflexão sobre a descolonização, empoderando o subordinado, favorecendo a sua autonomia, restaurando a sua dignidade e valorizando as suas raízes, com ética, solidariedade, respeito e cooperação, numa perspectiva holística de educação. Verrangia (2014, p. 12) afirma que em relação ao ensino de Ciências e o combate ao racismo, por exemplo, há "uma ausência quase total de orientações específicas, tanto formuladas por parte do governo quanto da literatura em educação e ensino de Ciências no Brasil". Por outro lado, isso deve ser visto como uma possibilidade para que novas pesquisas sejam empreendidas, discutindo o ensino de Ciências da Natureza e Matemática em diálogo com as questões étnico-raciais. Somente no início do século XXI, após incontáveis movimentos políticos e de resistências, as políticas públicas asseguraram direitos com relação à diversidade cultural, étnico-racial, religiosa, política, entre outras. Resultados disso são a criação de leis, como a 10.639/03, que estabelece a inclusão da temática História e Cultura Afro-Brasileira na Rede de Ensino e a 11.645/08, que complementa a lei anterior, inserindo a História e a Cultura Afro-Brasileira e Indígena no currículo obrigatório do Ensino Fundamental e Médio. Por outro lado, a implementação de tais leis ocorre de modo inconsistente, pois entre o escrito e o vivido há um distanciamento, uma vez que a maioria dos profissionais da educação que exercem o magistério não teve contato com essa temática em sua formação inicial e/ou contínua. Nesse sentido, dialogando com a interculturalidade na formação de professor, o presente trabalho tem como objetivo compreender os limites e as possibilidades da Etnociências na formação contínua de professores que atuam na Educação Básica no Maciço de Baturité/CE, onde se encontra a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). A pesquisa é de abordagem qualitativa, pois "[...] é focalizada no indivíduo, com toda a sua complexidade, e na sua inserção e interação com o ambiente sociocultural e natural" (D'AMBROSIO, 1996, p. 103). Metodologicamente, a investigação desenvolve-se no âmbito do projeto de extensão Formação Contínua de Professores de Ciências da Natureza e Matemática em diálogo com a Diversidade Étnico-Racial, utilizando como estratégias de aproximação com a realidade, a observação participante, a análise documental e a realização de entrevistas.A interdisciplinaridade, a flexibilização do currículo, o diálogo intercultural e a interação teoria-prática são os eixos norteadores da política de ensino-extensão e pesquisa da Unilab, compreendendo "a educação a partir da contextualização do homem em sua história e realidade social" (UNILAB, 2014, p. 3). É possível considerar que a ética e o resgate da cultura favorecem um processo de humanização, que leva a várias dimensões, como a tolerância, o respeito, a humildade, a esperança e uma abertura ao desafio de desenvolver novas aprendizagens, quebrando o pensamento didático hegemônico e marcando um novo compromisso, que é pedagógico, social, ético, político e, portanto, surge na perspetiva da horizontalidade. Isso permite que os docentes pensem possibilidades de trazer para o dia-a-dia dos discentes os conhecimentos tradicionais presentes no cotidiano da comunidade em que estão inseridos e busquem um diálogo com conceitos e fórmulas que nos livros são abstratos e de difícil assimilação, podendo fazer uma grande diferença na vida escolar e acadêmica deles. Palavras-chave: Etnociências, Formação do professor, Interdisciplinaridade, interculturalidade. Referências BRASIL. Lei 10.639. Altera a Lei nº9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e base da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-brasileira" e dá outras providências. Brasília: Casa Civil, 2003. _____. Lei 11.645/08. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena". Brasília: Casa Civil, 2008. D´AMBROSIO, U. Educação Matemática: da Teoria à Prática. Campinas: Papirus, 1996. ___________. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. ROSA, M.; OREY, D. C. O campo de pesquisa em etnomodelagem:as abordagens êmica, ética e dialética. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 38, n. 04, p. 865-879, out./dez. 2012. VERRANGIA, D. Educação científica e diversidade étnico-racial: o ensino e a pesquisa em foco. In: Interacções. Revista Journal. N. 31, p. 2-27, 2014. UNILAB. Projeto Pedagógico do Curso de Ciências da Natureza e Matemática - Licenciatura. Redenção/CE, 2014."
    "modalidade" => null
    "area_tematica" => null
    "palavra_chave" => null
    "idioma" => null
    "arquivo" => "443-55577-29112018-234244.pdf"
    "created_at" => "2020-05-28 15:53:39"
    "updated_at" => "2020-08-11 17:15:15"
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "JUNIOR INÁCIO BONGUA"
    "autor_nome_curto" => "JUNIOR"
    "autor_email" => null
    "autor_ies" => null
    "autor_imagem" => null
    "edicao_url" => "anais-vii-enalic"
    "edicao_nome" => "Anais VII ENALIC"
    "edicao_evento" => "VII Encontro Nacional das Licenciaturas"
    "edicao_ano" => 2018
    "edicao_pasta" => "anais/enalic/2018"
    "edicao_logo" => "5e49f810852b5_16022020231856.png"
    "edicao_capa" => "5e49f81084a9f_16022020231856.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2018-12-03 23:00:00"
    "publicacao_id" => 57
    "publicacao_nome" => "Revista ENALIC"
    "publicacao_codigo" => "2526-3234"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #original: array:35 [
    "id" => 51436
    "edicao_id" => 104
    "trabalho_id" => 133
    "inscrito_id" => 55577
    "titulo" => "ETNOCIÊNCIAS EM DIÁLOGO COM A FORMAÇÃO DE PROFESSORES: LIMITES E POSSIBILIDADES"
    "resumo" => "RESUMO: A busca de conhecimento singulariza historicamente a humanidade, pois desde quando iniciou o processo de domínio e transformação da natureza garantiu a sua reprodução social, transmitindo gradativamente, valores e hábitos de geração a geração. Nesse percurso, o eurocentrismo tem assumido centralidade nos processos formativos, implicando em uma compreensão distorcida de nossas raízes, que prioriza a representação do branco, europeu, como único sujeito que compôs a nossa história, subalternizando, ou mesmo negando, as contribuições de outras etnias. Com as mudanças constantes nas formas de aprender e ensinar, os processos de Formação de Professores em diálogo com seu exercício profissional devem favorecer o desenvolvimento pessoal, profissional e social dos docentes, assentados em projetos de vida do docente (individual), Projeto Político-Pedagógico da Escola (coletivo) e projeto de sociedade. Desta feita, busca-se o fortalecimento vivências interculturais na universidade e nas escolasaliado a uma boa base conceitual sobre ensino de Ciências, Direitos Humanos e Interculturalidade como possibilidade de combate às diversas formas de preconceito e discriminação ainda tão presentes na sociedade. A Etnociências tem um caráter político e antropológico, pois aproxima a educação científica de grupos que se identificam por tradições e objetivos que os singularizam, como o povo africano, os indígenas, os quilombolas, por exemplo.Nessa perspectiva, a Etnociências situa-se em um contexto social bem demarcado, envolve os saberes de comunidades tradicionais, associando-os ao conhecimento científico. Assim, na compreensão de Rosa e Orey (2012, p. 867), "[...] os membros dos grupos culturais têm a própria interpretação de sua cultura, denominada abordagem êmica, em oposição à interpretação dos pesquisadores e investigadores, denominada abordagem ética". Tal posicionamento desafia pesquisadores ao exercício do olhar a partir da perspectiva de como os sujeitos de um grupo cultural compreendem suas próprias manifestações.Em perspectiva semelhante, é possível um diálogo entre a Etnociências e a essência da Etnomatemática, revelada por D´Ambrosio (2011) como uma contribuição para a reflexão sobre a descolonização, empoderando o subordinado, favorecendo a sua autonomia, restaurando a sua dignidade e valorizando as suas raízes, com ética, solidariedade, respeito e cooperação, numa perspectiva holística de educação. Verrangia (2014, p. 12) afirma que em relação ao ensino de Ciências e o combate ao racismo, por exemplo, há "uma ausência quase total de orientações específicas, tanto formuladas por parte do governo quanto da literatura em educação e ensino de Ciências no Brasil". Por outro lado, isso deve ser visto como uma possibilidade para que novas pesquisas sejam empreendidas, discutindo o ensino de Ciências da Natureza e Matemática em diálogo com as questões étnico-raciais. Somente no início do século XXI, após incontáveis movimentos políticos e de resistências, as políticas públicas asseguraram direitos com relação à diversidade cultural, étnico-racial, religiosa, política, entre outras. Resultados disso são a criação de leis, como a 10.639/03, que estabelece a inclusão da temática História e Cultura Afro-Brasileira na Rede de Ensino e a 11.645/08, que complementa a lei anterior, inserindo a História e a Cultura Afro-Brasileira e Indígena no currículo obrigatório do Ensino Fundamental e Médio. Por outro lado, a implementação de tais leis ocorre de modo inconsistente, pois entre o escrito e o vivido há um distanciamento, uma vez que a maioria dos profissionais da educação que exercem o magistério não teve contato com essa temática em sua formação inicial e/ou contínua. Nesse sentido, dialogando com a interculturalidade na formação de professor, o presente trabalho tem como objetivo compreender os limites e as possibilidades da Etnociências na formação contínua de professores que atuam na Educação Básica no Maciço de Baturité/CE, onde se encontra a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). A pesquisa é de abordagem qualitativa, pois "[...] é focalizada no indivíduo, com toda a sua complexidade, e na sua inserção e interação com o ambiente sociocultural e natural" (D'AMBROSIO, 1996, p. 103). Metodologicamente, a investigação desenvolve-se no âmbito do projeto de extensão Formação Contínua de Professores de Ciências da Natureza e Matemática em diálogo com a Diversidade Étnico-Racial, utilizando como estratégias de aproximação com a realidade, a observação participante, a análise documental e a realização de entrevistas.A interdisciplinaridade, a flexibilização do currículo, o diálogo intercultural e a interação teoria-prática são os eixos norteadores da política de ensino-extensão e pesquisa da Unilab, compreendendo "a educação a partir da contextualização do homem em sua história e realidade social" (UNILAB, 2014, p. 3). É possível considerar que a ética e o resgate da cultura favorecem um processo de humanização, que leva a várias dimensões, como a tolerância, o respeito, a humildade, a esperança e uma abertura ao desafio de desenvolver novas aprendizagens, quebrando o pensamento didático hegemônico e marcando um novo compromisso, que é pedagógico, social, ético, político e, portanto, surge na perspetiva da horizontalidade. Isso permite que os docentes pensem possibilidades de trazer para o dia-a-dia dos discentes os conhecimentos tradicionais presentes no cotidiano da comunidade em que estão inseridos e busquem um diálogo com conceitos e fórmulas que nos livros são abstratos e de difícil assimilação, podendo fazer uma grande diferença na vida escolar e acadêmica deles. Palavras-chave: Etnociências, Formação do professor, Interdisciplinaridade, interculturalidade. Referências BRASIL. Lei 10.639. Altera a Lei nº9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e base da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-brasileira" e dá outras providências. Brasília: Casa Civil, 2003. _____. Lei 11.645/08. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena". Brasília: Casa Civil, 2008. D´AMBROSIO, U. Educação Matemática: da Teoria à Prática. Campinas: Papirus, 1996. ___________. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. ROSA, M.; OREY, D. C. O campo de pesquisa em etnomodelagem:as abordagens êmica, ética e dialética. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 38, n. 04, p. 865-879, out./dez. 2012. VERRANGIA, D. Educação científica e diversidade étnico-racial: o ensino e a pesquisa em foco. In: Interacções. Revista Journal. N. 31, p. 2-27, 2014. UNILAB. Projeto Pedagógico do Curso de Ciências da Natureza e Matemática - Licenciatura. Redenção/CE, 2014."
    "modalidade" => null
    "area_tematica" => null
    "palavra_chave" => null
    "idioma" => null
    "arquivo" => "443-55577-29112018-234244.pdf"
    "created_at" => "2020-05-28 15:53:39"
    "updated_at" => "2020-08-11 17:15:15"
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "JUNIOR INÁCIO BONGUA"
    "autor_nome_curto" => "JUNIOR"
    "autor_email" => null
    "autor_ies" => null
    "autor_imagem" => null
    "edicao_url" => "anais-vii-enalic"
    "edicao_nome" => "Anais VII ENALIC"
    "edicao_evento" => "VII Encontro Nacional das Licenciaturas"
    "edicao_ano" => 2018
    "edicao_pasta" => "anais/enalic/2018"
    "edicao_logo" => "5e49f810852b5_16022020231856.png"
    "edicao_capa" => "5e49f81084a9f_16022020231856.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2018-12-03 23:00:00"
    "publicacao_id" => 57
    "publicacao_nome" => "Revista ENALIC"
    "publicacao_codigo" => "2526-3234"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #changes: []
  #casts: array:14 [
    "id" => "integer"
    "edicao_id" => "integer"
    "trabalho_id" => "integer"
    "inscrito_id" => "integer"
    "titulo" => "string"
    "resumo" => "string"
    "modalidade" => "string"
    "area_tematica" => "string"
    "palavra_chave" => "string"
    "idioma" => "string"
    "arquivo" => "string"
    "created_at" => "datetime"
    "updated_at" => "datetime"
    "ativo" => "boolean"
  ]
  #classCastCache: []
  #attributeCastCache: []
  #dates: []
  #dateFormat: null
  #appends: []
  #dispatchesEvents: []
  #observables: []
  #relations: []
  #touches: []
  +timestamps: false
  #hidden: []
  #visible: []
  +fillable: array:13 [
    0 => "edicao_id"
    1 => "trabalho_id"
    2 => "inscrito_id"
    3 => "titulo"
    4 => "resumo"
    5 => "modalidade"
    6 => "area_tematica"
    7 => "palavra_chave"
    8 => "idioma"
    9 => "arquivo"
    10 => "created_at"
    11 => "updated_at"
    12 => "ativo"
  ]
  #guarded: array:1 [
    0 => "*"
  ]
}
Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

RESUMO: A busca de conhecimento singulariza historicamente a humanidade, pois desde quando iniciou o processo de domínio e transformação da natureza garantiu a sua reprodução social, transmitindo gradativamente, valores e hábitos de geração a geração. Nesse percurso, o eurocentrismo tem assumido centralidade nos processos formativos, implicando em uma compreensão distorcida de nossas raízes, que prioriza a representação do branco, europeu, como único sujeito que compôs a nossa história, subalternizando, ou mesmo negando, as contribuições de outras etnias. Com as mudanças constantes nas formas de aprender e ensinar, os processos de Formação de Professores em diálogo com seu exercício profissional devem favorecer o desenvolvimento pessoal, profissional e social dos docentes, assentados em projetos de vida do docente (individual), Projeto Político-Pedagógico da Escola (coletivo) e projeto de sociedade. Desta feita, busca-se o fortalecimento vivências interculturais na universidade e nas escolasaliado a uma boa base conceitual sobre ensino de Ciências, Direitos Humanos e Interculturalidade como possibilidade de combate às diversas formas de preconceito e discriminação ainda tão presentes na sociedade. A Etnociências tem um caráter político e antropológico, pois aproxima a educação científica de grupos que se identificam por tradições e objetivos que os singularizam, como o povo africano, os indígenas, os quilombolas, por exemplo.Nessa perspectiva, a Etnociências situa-se em um contexto social bem demarcado, envolve os saberes de comunidades tradicionais, associando-os ao conhecimento científico. Assim, na compreensão de Rosa e Orey (2012, p. 867), "[...] os membros dos grupos culturais têm a própria interpretação de sua cultura, denominada abordagem êmica, em oposição à interpretação dos pesquisadores e investigadores, denominada abordagem ética". Tal posicionamento desafia pesquisadores ao exercício do olhar a partir da perspectiva de como os sujeitos de um grupo cultural compreendem suas próprias manifestações.Em perspectiva semelhante, é possível um diálogo entre a Etnociências e a essência da Etnomatemática, revelada por D´Ambrosio (2011) como uma contribuição para a reflexão sobre a descolonização, empoderando o subordinado, favorecendo a sua autonomia, restaurando a sua dignidade e valorizando as suas raízes, com ética, solidariedade, respeito e cooperação, numa perspectiva holística de educação. Verrangia (2014, p. 12) afirma que em relação ao ensino de Ciências e o combate ao racismo, por exemplo, há "uma ausência quase total de orientações específicas, tanto formuladas por parte do governo quanto da literatura em educação e ensino de Ciências no Brasil". Por outro lado, isso deve ser visto como uma possibilidade para que novas pesquisas sejam empreendidas, discutindo o ensino de Ciências da Natureza e Matemática em diálogo com as questões étnico-raciais. Somente no início do século XXI, após incontáveis movimentos políticos e de resistências, as políticas públicas asseguraram direitos com relação à diversidade cultural, étnico-racial, religiosa, política, entre outras. Resultados disso são a criação de leis, como a 10.639/03, que estabelece a inclusão da temática História e Cultura Afro-Brasileira na Rede de Ensino e a 11.645/08, que complementa a lei anterior, inserindo a História e a Cultura Afro-Brasileira e Indígena no currículo obrigatório do Ensino Fundamental e Médio. Por outro lado, a implementação de tais leis ocorre de modo inconsistente, pois entre o escrito e o vivido há um distanciamento, uma vez que a maioria dos profissionais da educação que exercem o magistério não teve contato com essa temática em sua formação inicial e/ou contínua. Nesse sentido, dialogando com a interculturalidade na formação de professor, o presente trabalho tem como objetivo compreender os limites e as possibilidades da Etnociências na formação contínua de professores que atuam na Educação Básica no Maciço de Baturité/CE, onde se encontra a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). A pesquisa é de abordagem qualitativa, pois "[...] é focalizada no indivíduo, com toda a sua complexidade, e na sua inserção e interação com o ambiente sociocultural e natural" (D'AMBROSIO, 1996, p. 103). Metodologicamente, a investigação desenvolve-se no âmbito do projeto de extensão Formação Contínua de Professores de Ciências da Natureza e Matemática em diálogo com a Diversidade Étnico-Racial, utilizando como estratégias de aproximação com a realidade, a observação participante, a análise documental e a realização de entrevistas.A interdisciplinaridade, a flexibilização do currículo, o diálogo intercultural e a interação teoria-prática são os eixos norteadores da política de ensino-extensão e pesquisa da Unilab, compreendendo "a educação a partir da contextualização do homem em sua história e realidade social" (UNILAB, 2014, p. 3). É possível considerar que a ética e o resgate da cultura favorecem um processo de humanização, que leva a várias dimensões, como a tolerância, o respeito, a humildade, a esperança e uma abertura ao desafio de desenvolver novas aprendizagens, quebrando o pensamento didático hegemônico e marcando um novo compromisso, que é pedagógico, social, ético, político e, portanto, surge na perspetiva da horizontalidade. Isso permite que os docentes pensem possibilidades de trazer para o dia-a-dia dos discentes os conhecimentos tradicionais presentes no cotidiano da comunidade em que estão inseridos e busquem um diálogo com conceitos e fórmulas que nos livros são abstratos e de difícil assimilação, podendo fazer uma grande diferença na vida escolar e acadêmica deles. Palavras-chave: Etnociências, Formação do professor, Interdisciplinaridade, interculturalidade. Referências BRASIL. Lei 10.639. Altera a Lei nº9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e base da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-brasileira" e dá outras providências. Brasília: Casa Civil, 2003. _____. Lei 11.645/08. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena". Brasília: Casa Civil, 2008. D´AMBROSIO, U. Educação Matemática: da Teoria à Prática. Campinas: Papirus, 1996. ___________. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. ROSA, M.; OREY, D. C. O campo de pesquisa em etnomodelagem:as abordagens êmica, ética e dialética. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 38, n. 04, p. 865-879, out./dez. 2012. VERRANGIA, D. Educação científica e diversidade étnico-racial: o ensino e a pesquisa em foco. In: Interacções. Revista Journal. N. 31, p. 2-27, 2014. UNILAB. Projeto Pedagógico do Curso de Ciências da Natureza e Matemática - Licenciatura. Redenção/CE, 2014.

Compartilhe:

Visualização do Artigo


Deixe um comentário

Precisamos validar o formulário.