Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

A PRODUÇÃO DO FRACASSO ESCOLAR E O PROJETO LETRAR NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CODÓ, MARANHÃO

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A primeira experiência do "Projeto Letrar: letras e números" aconteceu em 2015, com a parceria da Secretaria Municipal de Educação, em nove escolas do bairro Codó Novo, com 468 alunos do quinto ano; naquele ano foram diagnosticados 83 estudantes não alfabetizados. Em 2016, o Projeto Letrar desenvolveu suas atividades em seis escolas do bairro citado, totalizando 544 alunos do 4º ano. No primeiro diagnóstico realizado, em 2016, foram encontrados 175 estudantes do quarto ano que ainda não sabiam ler e escrever. No de 2017 o projeto funcionou apenas na escola municipal Rosalina Zaidan com o apoio de uma bolsista pelo projeto Foco Acadêmico da UFMA. Em 2018, o projeto foi contemplado pelo edital da Capes, através do Programa Residência Pedagógica, atingindo três escolas municipais de Codó: Escola São Luís, Escola Rosalina Zaidan e Escola Rosângela Moura. A investigação se pautou na soma de métodos de pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo. Nesse sentido a metodologia foi organizada em momentos distintos: a) estudo bibliográfico sobre os temas que envolvem alfabetização e letramento; b) entrevistas com professores e alunos codoenses para observar os elementos e fragmentos das realidades em relação à leitura e a escrita; c) analise das metodologias utilizadas para se alfabetizar letrando; d) verificação das estratégias utilizadas para envolver a participação dos pais/família na escola. Cabe mencionar que a pesquisa se pauta na leitura e na escrita como elementos de uma prática social, cujo contexto em que elas se realizam deve ser analisado e compreendido nas suas diversas variações nos diferentes espaços, eventos e práticas de letramento (CASTANHEIRA, 2004). Assim, o contexto no qual as escolas do município de Codó estão inseridas, é possível inferir - tomando por base a problemática da leitura e da escrita, concomitante ao fracasso escolar, cuja culpa que recai sobre as famílias - que fatores macro não estão sendo considerados, entre os quais o empobrecimento a que estas pessoas do bairro Codó Novo (família, estudantes e professores) estão sujeitas, o qual lhes retira direitos e acessos a bens simbólicos tão valorizados pelas escolas. É possível inferir, ainda, no que concerne à realidade educacional do município de Codó, que a "... escola tem-se mostrado incompetente para a educação das camadas populares, e essa incompetência, gerando o fracasso escolar, tem tido o grave efeito não só de acentuar as desigualdades sociais, mas, sobretudo, de legitimá-las" (SOARES, 2004, p. 10). Ressaltando a importância da democratização da escola, tratada por Soares (2017), é importante considerar, além da inclusão do aluno, a de sua família, tendo em vista que considero o direito a alfabetização e a leitura como um direito humano, que interfere diretamente nas condições sociais e econômicas dos envolvidos. Assim, "pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo" (CANDIDO, 1995, p. 239). Uma sociedade justa pressupõe, portanto, que a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito humano inalienável que contribui para o enriquecimento da compreensão do direito real à educação. Assim, acredito que o acesso a possibilidade de leitura e o acesso à leitura são condições necessárias para uma plena democracia cultural, sendo essa democracia entendida como uma distribuição equitativa de bens simbólicos (SOARES, 2004). Desse modo, analisar os elementos que emergiram a partir das investigações do Projeto Letrar, acerca das dificuldades de alfabetização e de letramento do município de Codó, interpretando essa situação a partir dos aspectos educacionais e históricos que envolvem alunos e suas famílias, dado o fato de que uma situação não está desligada da outra, tendo em vista ainda que os fatos históricos demostram que as dificuldades encontradas pelas crianças e jovens no aprendizado também tem relação com sua condição social (COLEMAN, 1988). Numa abordagem histórica, os discursos interpretados, referentes aos dados de 2016 e 2017 nos chamam atenção pelo fato de que entre os envolvidos, os responsáveis pelo fracasso escolar são sempre os outros. Os pesquisados também têm opiniões diferentes de acordo com a função social que ocupa, que pode ser de professor, supervisor ou gestor, ou como membro da Secretaria de Educação. Quando perguntamos aos professores, por exemplo, o motivo dos alunos estarem no quarto e quinto ano sem terem domínio da leitura e escrita, a família, os alunos, a escola, tomaram o protagonismo. Ressalta-se que a família foi indicada por todos os entrevistados como causa principal do fracasso escolar. Essa dinâmica se repetiu entre os demais, alternando apenas as posições entre alunos, professores e escola, tendo em vista que a família se manteve sempre em primeiro lugar. Vem a nós também o fato de que as desigualdades sociais foram citadas apenas por um diretor que disse que "a culpa era do sistema". Isso nos faz inferir que numa sociedade desigual como a brasileira, os reflexos mais severos se dão nas pequenas cidades periféricas. A exclusão a que estão submetidos secularmente os empobrecidos talvez os impeçam de perceber a responsabilidade do sistema, ou modo de organização econômico-social estabelecido pela classe dominante que impõe a culpa aos que são vítimas desse modelo de sociedade em que vivemos. Esse modelo social impõe, de acordo com Foucault (1999), procedimentos de "exclusão", cujo mais conhecido é a "interdição" que priva as pessoas do direito de dizer tudo o que se pensa. De fato, parece mais fácil encontrar os culpados ou responsáveis pelo fracasso entre os iguais do que pensar além dos limites impostos pelos discursos dominantes e perceber que os enunciados acerca da realidade que os cercam tem relação direta com a exclusão a que estão submetidos. Palavras chave: Alfabetização, Letramento, Fracasso Escolar, Família Referências: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 3ª ed.. revista e ampliada. São Paulo: Duas Cidades, 1995. CASTANHEIRA, Maria Lúcia. Aprendizagem contextualizada: discurso e inclusão na sala de aula. Belo Horizonte: Ceale, Autêntica, 2004. COLEMAN, James S. Social Capital in the Creation of Human Capital. In: American Journal of Sociology, Vol. 94, Supplement: Organizations and Institutions: Sociological and Economic Approaches to the Analysis of Social Structure (1988), pp. S95-S120. FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Edições Loyola, 1999. SOARES, Magda Becker. Linguagem e escola:uma perspectiva social. São Paulo: Editora Contexto, 2017. ______. Letramento e alfabetização: as muitas facetas In: Revista Brasileira de Educação. Jan /Fev /Mar /Abr, no25, 2004."
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Quando perguntamos aos professores, por exemplo, o motivo dos alunos estarem no quarto e quinto ano sem terem domínio da leitura e escrita, a família, os alunos, a escola, tomaram o protagonismo. Ressalta-se que a família foi indicada por todos os entrevistados como causa principal do fracasso escolar. Essa dinâmica se repetiu entre os demais, alternando apenas as posições entre alunos, professores e escola, tendo em vista que a família se manteve sempre em primeiro lugar. Vem a nós também o fato de que as desigualdades sociais foram citadas apenas por um diretor que disse que "a culpa era do sistema". Isso nos faz inferir que numa sociedade desigual como a brasileira, os reflexos mais severos se dão nas pequenas cidades periféricas. A exclusão a que estão submetidos secularmente os empobrecidos talvez os impeçam de perceber a responsabilidade do sistema, ou modo de organização econômico-social estabelecido pela classe dominante que impõe a culpa aos que são vítimas desse modelo de sociedade em que vivemos. Esse modelo social impõe, de acordo com Foucault (1999), procedimentos de "exclusão", cujo mais conhecido é a "interdição" que priva as pessoas do direito de dizer tudo o que se pensa. De fato, parece mais fácil encontrar os culpados ou responsáveis pelo fracasso entre os iguais do que pensar além dos limites impostos pelos discursos dominantes e perceber que os enunciados acerca da realidade que os cercam tem relação direta com a exclusão a que estão submetidos. Palavras chave: Alfabetização, Letramento, Fracasso Escolar, Família Referências: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 3ª ed.. revista e ampliada. São Paulo: Duas Cidades, 1995. CASTANHEIRA, Maria Lúcia. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

A PRODUÇÃO DO FRACASSO ESCOLAR E O PROJETO LETRAR NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CODÓ, MARANHÃO Cristiane Dias Martins da Costa / crisdmc@gmail.com/ UFMA José Carlos Aragão Silva / jcaragaos@hotmail.com/ UFMA Raimunda Nonata Vieira da Silva /rsraisilva1@gmail.com/ UFMA Eixo temático: Alfabetização e letramentos Alfabetização e letramento no município de Codó, notadamente, fazem parte de desafios complexos que envolvem questões que vão desde o empobrecimento a que são submetidos alunos e suas respectivas famílias até às dificuldades estruturais presentes nas escolas que atendem esses discentes da periferia dessa cidade, localizada no leste maranhense. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de Codó em 2017, aferido a partir da Prova Brasil e do Censo Escolar, foi de 4,4 para os anos iniciais do Ensino Fundamental, índice abaixo da média projetada de 4,5. A primeira experiência do "Projeto Letrar: letras e números" aconteceu em 2015, com a parceria da Secretaria Municipal de Educação, em nove escolas do bairro Codó Novo, com 468 alunos do quinto ano; naquele ano foram diagnosticados 83 estudantes não alfabetizados. Em 2016, o Projeto Letrar desenvolveu suas atividades em seis escolas do bairro citado, totalizando 544 alunos do 4º ano. No primeiro diagnóstico realizado, em 2016, foram encontrados 175 estudantes do quarto ano que ainda não sabiam ler e escrever. No de 2017 o projeto funcionou apenas na escola municipal Rosalina Zaidan com o apoio de uma bolsista pelo projeto Foco Acadêmico da UFMA. Em 2018, o projeto foi contemplado pelo edital da Capes, através do Programa Residência Pedagógica, atingindo três escolas municipais de Codó: Escola São Luís, Escola Rosalina Zaidan e Escola Rosângela Moura. A investigação se pautou na soma de métodos de pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo. Nesse sentido a metodologia foi organizada em momentos distintos: a) estudo bibliográfico sobre os temas que envolvem alfabetização e letramento; b) entrevistas com professores e alunos codoenses para observar os elementos e fragmentos das realidades em relação à leitura e a escrita; c) analise das metodologias utilizadas para se alfabetizar letrando; d) verificação das estratégias utilizadas para envolver a participação dos pais/família na escola. Cabe mencionar que a pesquisa se pauta na leitura e na escrita como elementos de uma prática social, cujo contexto em que elas se realizam deve ser analisado e compreendido nas suas diversas variações nos diferentes espaços, eventos e práticas de letramento (CASTANHEIRA, 2004). Assim, o contexto no qual as escolas do município de Codó estão inseridas, é possível inferir - tomando por base a problemática da leitura e da escrita, concomitante ao fracasso escolar, cuja culpa que recai sobre as famílias - que fatores macro não estão sendo considerados, entre os quais o empobrecimento a que estas pessoas do bairro Codó Novo (família, estudantes e professores) estão sujeitas, o qual lhes retira direitos e acessos a bens simbólicos tão valorizados pelas escolas. É possível inferir, ainda, no que concerne à realidade educacional do município de Codó, que a "... escola tem-se mostrado incompetente para a educação das camadas populares, e essa incompetência, gerando o fracasso escolar, tem tido o grave efeito não só de acentuar as desigualdades sociais, mas, sobretudo, de legitimá-las" (SOARES, 2004, p. 10). Ressaltando a importância da democratização da escola, tratada por Soares (2017), é importante considerar, além da inclusão do aluno, a de sua família, tendo em vista que considero o direito a alfabetização e a leitura como um direito humano, que interfere diretamente nas condições sociais e econômicas dos envolvidos. Assim, "pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo" (CANDIDO, 1995, p. 239). Uma sociedade justa pressupõe, portanto, que a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito humano inalienável que contribui para o enriquecimento da compreensão do direito real à educação. Assim, acredito que o acesso a possibilidade de leitura e o acesso à leitura são condições necessárias para uma plena democracia cultural, sendo essa democracia entendida como uma distribuição equitativa de bens simbólicos (SOARES, 2004). 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