Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO DIGITAL COM ALUNOS RETIDOS NO 3º ANO DE DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE BELÉM-PA

"2018-12-03 23:00:00" // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
App\Base\Administrativo\Model\Artigo {#1843 // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
  #connection: "mysql"
  +table: "artigo"
  #primaryKey: "id"
  #keyType: "int"
  +incrementing: true
  #with: []
  #withCount: []
  +preventsLazyLoading: false
  #perPage: 15
  +exists: true
  +wasRecentlyCreated: false
  #escapeWhenCastingToString: false
  #attributes: array:35 [
    "id" => 51265
    "edicao_id" => 104
    "trabalho_id" => 779
    "inscrito_id" => 53605
    "titulo" => "ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO DIGITAL COM ALUNOS RETIDOS NO 3º ANO DE DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE BELÉM-PA"
    "resumo" => "O texto relata parte de um processo de alfabetização e letramento empregando novas tecnologias em oficinas com alunos do 3º ano de duas escolas públicas de Belém-Pa. O trabalho foi realizado por estudantes dos cursos de Pedagogia e Licenciatura integrada em ciências matemática e linguagens da Universidade Federal do Pará:, como parte do projeto de extensão "Entre lendas e contos: o papel das novas tecnologias no processo de Alfabetização", vinculado à PROEX-UFPA-Programa Navega Saberes, que se dedica a analisar a escrita e leitura no processo de alfabetização de alunos retidos no 3º ano, com baixos índices de aprendizagens, propondo intervenções com novas tecnologias, em escolas de Belém-Pa. A não apropriação do sistema de escrita alfabético, assim como um processo escolar carente de significados acabam por afetar negativamente a autoestima, ocasionando péssimos desempenhos e evasão escolar de alunos em processo em inicial de escolarização. Para agir nessa problemática, partimos da concepção de linguagem enquanto interação (TRAVAGLIA, 2009), sendo constituída no social, no histórico e nas relações com o outro. A partir dessas relações, sentidos e significados são atribuídos à realidade e a tudo que a engendra. Este outro é o horizonte discursivo e fonte de produção do dizer, ora se engajando, ora refutando. Por isso, o caráter dialógico da linguagem (BAKHTIN, 2006). Em função disso, há necessidade de a escola estar mais conectada com a vida em suas múltiplas linguagens e saberes constituintes das identidades dos alunos (ROJO, 2013). A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza aspectos sócio-históricos dessa aquisição (TFOUNI, 1995) e por meio deste que o sujeito deverá aplicar saberes daquela em práticas sociais cotidianas, o que o induz a assumir o exercitar constante de práticas efetivas de leitura e escrita (SOARES, 2002,). Sendo assim, e considerando as mudanças sociais em termos tecnológicos, cabe-nos envolver os alunos em práticas de leitura e escrita em ambientes digitalizados cujas ferramentas têm potencial de persuadir, envolver, desafiar. Aliado a isso, é pertinente que se fomentem avanços dos alunos em suas hipóteses de escrita, alavancando o processo de alfabetização (FERREIRO; TEBEROSKY, 1985) e propiciando aos alunos se tornarem produtores e leitores proficientes de textos, seja na cultura do papel, seja na cultura da tela (SOARES, 2002). Nesse aspecto, a diversidade de gêneros literários (físicos ou virtuais) pode dialogar com os registros culturais da Amazônia, pois não apenas favorecem ambiente de construção de sentidos e significados centrados em saberes locais, como também criam espaço que amplia a relação com saberes globais (CANCLINI, 2003). Diante disso, as ações propostas e desenvolvidas até o momento, caminham em direção à ampliação das discussões, usos e significados das atividades de leitura e de escrita, trazendo a contribuição do aporte tecnológico aliado ao processo de alfabetização e letramento. A metodologia empreendida associa aspectos investigativos e didáticos, optando-se pela observação participante, na qual licenciandos, como bolsistas, frequentam duas escolas selecionadas mediante critérios definidos (escola pública, atender turmas de 3º ano, ter laboratório de informática ativo), em dias e horários programados com coordenação e professores, de maneira a colaborar com as práticas docentes, nas aprendizagem dos alunos e em sua formação. As ações incluem investigação de processos relacionados à aquisição da lecto-escritura, norteadora do agir no desenvolvimento das oficinas propostas, mediante dados analisados. Para as oficinas são utilizados acervos da Literatura Infanto-Juvenil, da Literatura Oral, precisamente Contos e lendas comuns na Amazônia, ferramentas, aplicativos e plataformas digitais. No período de agosto a dezembro de 2018, serão realizadas oficinas nas duas escolas, uma a cada mês, durante as quais será construído um livro digital interdisciplinar com as produções dos alunos de cada escola. Até o momento, foram realizadas oficinas, em duas escolas dos bairros do Guamá e Terra Firme e que seguiram a mesma sistemática: No primeiro momento, os alunos selecionados segundo o baixo rendimento escolar, foram reunidos na sala de informática, e estimulados a contarem em conjunto com os mediadores a Lenda do Curupira. Enquanto iam contando, eram anotadas algumas palavras que compunham a história sendo elas: curupira, árvore, floresta, animal, caçador, fogo, sol, nuvem, flor, pássaro e planta. Essas palavras foram escritas no quadro e visualizadas por todos; No segundo momento, as crianças sentadas, cada qual num computador, foram convidadas a contar uma história em quadrinhos envolvendo a lenda do Curupira, ou seja, a fazer retextualização, com o apoio das palavras escritas na lousa, por meio do software educativo "Hagáquê", que possibilita a criação de histórias com a edição de imagens, além de permitir o desenho livre e a edição de texto. As crianças já conheciam o programa "hagáquê", apresentando domínio no manuseio da máquina e do programa, porém apresentaram dificuldades na escrita convencional. Mas, o interesse em tecer a história em harmonia com as imagens, mediadas pelo computador, fizeram-nas persistir na escrita, de maneira inteligível, o que para início das ações já se mostrou promissor. Portanto, usar as tecnologias digitais como ferramenta para a alfabetização tem se mostrado meio estratégico para despertar nos alunos a vontade de superar seus limites na escrita e leitura, através do desafio da escrita de uma história por meio do letramento digital. Neste trabalho, não só as crianças aprendem, todos estão tendo a oportunidade de aprender, interagindo com gêneros textuais diversos: lendas, contos, histórias em quadrinhos etc, partindo das narrativas orais para a escrita de maneira contextualizada, valorativa e insterdisciplinar, vivenciando eventos de letramento que valorizam tanto textos que circulam há bastante tempo e são legitimados pela escola, quanto os que foram invisibilizados (OLIVEIRA & CANDAU, 2010), ao longo do processo de colonização, principalmente, no contexto amazônico. Isso nos faz querer ser professores pesquisadores na nossa prática pedagógica, indo cada vez mais em busca de conhecimentos voltados para inovações pedagógicas de metodologias desafiadoras que potencializam o interesse dos alunos pelo aprendizado no mundo tecnológico informacional."
    "modalidade" => null
    "area_tematica" => null
    "palavra_chave" => null
    "idioma" => null
    "arquivo" => "443-53605-30112018-142839.pdf"
    "created_at" => "2020-05-28 15:53:39"
    "updated_at" => "2020-08-11 17:14:27"
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "MANNOELLA DE ARAÚJO NEVES"
    "autor_nome_curto" => "MANNOELLA"
    "autor_email" => null
    "autor_ies" => null
    "autor_imagem" => null
    "edicao_url" => "anais-vii-enalic"
    "edicao_nome" => "Anais VII ENALIC"
    "edicao_evento" => "VII Encontro Nacional das Licenciaturas"
    "edicao_ano" => 2018
    "edicao_pasta" => "anais/enalic/2018"
    "edicao_logo" => "5e49f810852b5_16022020231856.png"
    "edicao_capa" => "5e49f81084a9f_16022020231856.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2018-12-03 23:00:00"
    "publicacao_id" => 57
    "publicacao_nome" => "Revista ENALIC"
    "publicacao_codigo" => "2526-3234"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #original: array:35 [
    "id" => 51265
    "edicao_id" => 104
    "trabalho_id" => 779
    "inscrito_id" => 53605
    "titulo" => "ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO DIGITAL COM ALUNOS RETIDOS NO 3º ANO DE DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE BELÉM-PA"
    "resumo" => "O texto relata parte de um processo de alfabetização e letramento empregando novas tecnologias em oficinas com alunos do 3º ano de duas escolas públicas de Belém-Pa. O trabalho foi realizado por estudantes dos cursos de Pedagogia e Licenciatura integrada em ciências matemática e linguagens da Universidade Federal do Pará:, como parte do projeto de extensão "Entre lendas e contos: o papel das novas tecnologias no processo de Alfabetização", vinculado à PROEX-UFPA-Programa Navega Saberes, que se dedica a analisar a escrita e leitura no processo de alfabetização de alunos retidos no 3º ano, com baixos índices de aprendizagens, propondo intervenções com novas tecnologias, em escolas de Belém-Pa. A não apropriação do sistema de escrita alfabético, assim como um processo escolar carente de significados acabam por afetar negativamente a autoestima, ocasionando péssimos desempenhos e evasão escolar de alunos em processo em inicial de escolarização. Para agir nessa problemática, partimos da concepção de linguagem enquanto interação (TRAVAGLIA, 2009), sendo constituída no social, no histórico e nas relações com o outro. A partir dessas relações, sentidos e significados são atribuídos à realidade e a tudo que a engendra. Este outro é o horizonte discursivo e fonte de produção do dizer, ora se engajando, ora refutando. Por isso, o caráter dialógico da linguagem (BAKHTIN, 2006). Em função disso, há necessidade de a escola estar mais conectada com a vida em suas múltiplas linguagens e saberes constituintes das identidades dos alunos (ROJO, 2013). A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza aspectos sócio-históricos dessa aquisição (TFOUNI, 1995) e por meio deste que o sujeito deverá aplicar saberes daquela em práticas sociais cotidianas, o que o induz a assumir o exercitar constante de práticas efetivas de leitura e escrita (SOARES, 2002,). Sendo assim, e considerando as mudanças sociais em termos tecnológicos, cabe-nos envolver os alunos em práticas de leitura e escrita em ambientes digitalizados cujas ferramentas têm potencial de persuadir, envolver, desafiar. Aliado a isso, é pertinente que se fomentem avanços dos alunos em suas hipóteses de escrita, alavancando o processo de alfabetização (FERREIRO; TEBEROSKY, 1985) e propiciando aos alunos se tornarem produtores e leitores proficientes de textos, seja na cultura do papel, seja na cultura da tela (SOARES, 2002). Nesse aspecto, a diversidade de gêneros literários (físicos ou virtuais) pode dialogar com os registros culturais da Amazônia, pois não apenas favorecem ambiente de construção de sentidos e significados centrados em saberes locais, como também criam espaço que amplia a relação com saberes globais (CANCLINI, 2003). Diante disso, as ações propostas e desenvolvidas até o momento, caminham em direção à ampliação das discussões, usos e significados das atividades de leitura e de escrita, trazendo a contribuição do aporte tecnológico aliado ao processo de alfabetização e letramento. A metodologia empreendida associa aspectos investigativos e didáticos, optando-se pela observação participante, na qual licenciandos, como bolsistas, frequentam duas escolas selecionadas mediante critérios definidos (escola pública, atender turmas de 3º ano, ter laboratório de informática ativo), em dias e horários programados com coordenação e professores, de maneira a colaborar com as práticas docentes, nas aprendizagem dos alunos e em sua formação. As ações incluem investigação de processos relacionados à aquisição da lecto-escritura, norteadora do agir no desenvolvimento das oficinas propostas, mediante dados analisados. Para as oficinas são utilizados acervos da Literatura Infanto-Juvenil, da Literatura Oral, precisamente Contos e lendas comuns na Amazônia, ferramentas, aplicativos e plataformas digitais. No período de agosto a dezembro de 2018, serão realizadas oficinas nas duas escolas, uma a cada mês, durante as quais será construído um livro digital interdisciplinar com as produções dos alunos de cada escola. Até o momento, foram realizadas oficinas, em duas escolas dos bairros do Guamá e Terra Firme e que seguiram a mesma sistemática: No primeiro momento, os alunos selecionados segundo o baixo rendimento escolar, foram reunidos na sala de informática, e estimulados a contarem em conjunto com os mediadores a Lenda do Curupira. Enquanto iam contando, eram anotadas algumas palavras que compunham a história sendo elas: curupira, árvore, floresta, animal, caçador, fogo, sol, nuvem, flor, pássaro e planta. Essas palavras foram escritas no quadro e visualizadas por todos; No segundo momento, as crianças sentadas, cada qual num computador, foram convidadas a contar uma história em quadrinhos envolvendo a lenda do Curupira, ou seja, a fazer retextualização, com o apoio das palavras escritas na lousa, por meio do software educativo "Hagáquê", que possibilita a criação de histórias com a edição de imagens, além de permitir o desenho livre e a edição de texto. As crianças já conheciam o programa "hagáquê", apresentando domínio no manuseio da máquina e do programa, porém apresentaram dificuldades na escrita convencional. Mas, o interesse em tecer a história em harmonia com as imagens, mediadas pelo computador, fizeram-nas persistir na escrita, de maneira inteligível, o que para início das ações já se mostrou promissor. Portanto, usar as tecnologias digitais como ferramenta para a alfabetização tem se mostrado meio estratégico para despertar nos alunos a vontade de superar seus limites na escrita e leitura, através do desafio da escrita de uma história por meio do letramento digital. Neste trabalho, não só as crianças aprendem, todos estão tendo a oportunidade de aprender, interagindo com gêneros textuais diversos: lendas, contos, histórias em quadrinhos etc, partindo das narrativas orais para a escrita de maneira contextualizada, valorativa e insterdisciplinar, vivenciando eventos de letramento que valorizam tanto textos que circulam há bastante tempo e são legitimados pela escola, quanto os que foram invisibilizados (OLIVEIRA & CANDAU, 2010), ao longo do processo de colonização, principalmente, no contexto amazônico. Isso nos faz querer ser professores pesquisadores na nossa prática pedagógica, indo cada vez mais em busca de conhecimentos voltados para inovações pedagógicas de metodologias desafiadoras que potencializam o interesse dos alunos pelo aprendizado no mundo tecnológico informacional."
    "modalidade" => null
    "area_tematica" => null
    "palavra_chave" => null
    "idioma" => null
    "arquivo" => "443-53605-30112018-142839.pdf"
    "created_at" => "2020-05-28 15:53:39"
    "updated_at" => "2020-08-11 17:14:27"
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "MANNOELLA DE ARAÚJO NEVES"
    "autor_nome_curto" => "MANNOELLA"
    "autor_email" => null
    "autor_ies" => null
    "autor_imagem" => null
    "edicao_url" => "anais-vii-enalic"
    "edicao_nome" => "Anais VII ENALIC"
    "edicao_evento" => "VII Encontro Nacional das Licenciaturas"
    "edicao_ano" => 2018
    "edicao_pasta" => "anais/enalic/2018"
    "edicao_logo" => "5e49f810852b5_16022020231856.png"
    "edicao_capa" => "5e49f81084a9f_16022020231856.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2018-12-03 23:00:00"
    "publicacao_id" => 57
    "publicacao_nome" => "Revista ENALIC"
    "publicacao_codigo" => "2526-3234"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #changes: []
  #casts: array:14 [
    "id" => "integer"
    "edicao_id" => "integer"
    "trabalho_id" => "integer"
    "inscrito_id" => "integer"
    "titulo" => "string"
    "resumo" => "string"
    "modalidade" => "string"
    "area_tematica" => "string"
    "palavra_chave" => "string"
    "idioma" => "string"
    "arquivo" => "string"
    "created_at" => "datetime"
    "updated_at" => "datetime"
    "ativo" => "boolean"
  ]
  #classCastCache: []
  #attributeCastCache: []
  #dates: []
  #dateFormat: null
  #appends: []
  #dispatchesEvents: []
  #observables: []
  #relations: []
  #touches: []
  +timestamps: false
  #hidden: []
  #visible: []
  +fillable: array:13 [
    0 => "edicao_id"
    1 => "trabalho_id"
    2 => "inscrito_id"
    3 => "titulo"
    4 => "resumo"
    5 => "modalidade"
    6 => "area_tematica"
    7 => "palavra_chave"
    8 => "idioma"
    9 => "arquivo"
    10 => "created_at"
    11 => "updated_at"
    12 => "ativo"
  ]
  #guarded: array:1 [
    0 => "*"
  ]
}
Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

O texto relata parte de um processo de alfabetização e letramento empregando novas tecnologias em oficinas com alunos do 3º ano de duas escolas públicas de Belém-Pa. O trabalho foi realizado por estudantes dos cursos de Pedagogia e Licenciatura integrada em ciências matemática e linguagens da Universidade Federal do Pará:, como parte do projeto de extensão "Entre lendas e contos: o papel das novas tecnologias no processo de Alfabetização", vinculado à PROEX-UFPA-Programa Navega Saberes, que se dedica a analisar a escrita e leitura no processo de alfabetização de alunos retidos no 3º ano, com baixos índices de aprendizagens, propondo intervenções com novas tecnologias, em escolas de Belém-Pa. A não apropriação do sistema de escrita alfabético, assim como um processo escolar carente de significados acabam por afetar negativamente a autoestima, ocasionando péssimos desempenhos e evasão escolar de alunos em processo em inicial de escolarização. Para agir nessa problemática, partimos da concepção de linguagem enquanto interação (TRAVAGLIA, 2009), sendo constituída no social, no histórico e nas relações com o outro. A partir dessas relações, sentidos e significados são atribuídos à realidade e a tudo que a engendra. Este outro é o horizonte discursivo e fonte de produção do dizer, ora se engajando, ora refutando. Por isso, o caráter dialógico da linguagem (BAKHTIN, 2006). Em função disso, há necessidade de a escola estar mais conectada com a vida em suas múltiplas linguagens e saberes constituintes das identidades dos alunos (ROJO, 2013). A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza aspectos sócio-históricos dessa aquisição (TFOUNI, 1995) e por meio deste que o sujeito deverá aplicar saberes daquela em práticas sociais cotidianas, o que o induz a assumir o exercitar constante de práticas efetivas de leitura e escrita (SOARES, 2002,). Sendo assim, e considerando as mudanças sociais em termos tecnológicos, cabe-nos envolver os alunos em práticas de leitura e escrita em ambientes digitalizados cujas ferramentas têm potencial de persuadir, envolver, desafiar. Aliado a isso, é pertinente que se fomentem avanços dos alunos em suas hipóteses de escrita, alavancando o processo de alfabetização (FERREIRO; TEBEROSKY, 1985) e propiciando aos alunos se tornarem produtores e leitores proficientes de textos, seja na cultura do papel, seja na cultura da tela (SOARES, 2002). Nesse aspecto, a diversidade de gêneros literários (físicos ou virtuais) pode dialogar com os registros culturais da Amazônia, pois não apenas favorecem ambiente de construção de sentidos e significados centrados em saberes locais, como também criam espaço que amplia a relação com saberes globais (CANCLINI, 2003). Diante disso, as ações propostas e desenvolvidas até o momento, caminham em direção à ampliação das discussões, usos e significados das atividades de leitura e de escrita, trazendo a contribuição do aporte tecnológico aliado ao processo de alfabetização e letramento. A metodologia empreendida associa aspectos investigativos e didáticos, optando-se pela observação participante, na qual licenciandos, como bolsistas, frequentam duas escolas selecionadas mediante critérios definidos (escola pública, atender turmas de 3º ano, ter laboratório de informática ativo), em dias e horários programados com coordenação e professores, de maneira a colaborar com as práticas docentes, nas aprendizagem dos alunos e em sua formação. As ações incluem investigação de processos relacionados à aquisição da lecto-escritura, norteadora do agir no desenvolvimento das oficinas propostas, mediante dados analisados. Para as oficinas são utilizados acervos da Literatura Infanto-Juvenil, da Literatura Oral, precisamente Contos e lendas comuns na Amazônia, ferramentas, aplicativos e plataformas digitais. No período de agosto a dezembro de 2018, serão realizadas oficinas nas duas escolas, uma a cada mês, durante as quais será construído um livro digital interdisciplinar com as produções dos alunos de cada escola. Até o momento, foram realizadas oficinas, em duas escolas dos bairros do Guamá e Terra Firme e que seguiram a mesma sistemática: No primeiro momento, os alunos selecionados segundo o baixo rendimento escolar, foram reunidos na sala de informática, e estimulados a contarem em conjunto com os mediadores a Lenda do Curupira. Enquanto iam contando, eram anotadas algumas palavras que compunham a história sendo elas: curupira, árvore, floresta, animal, caçador, fogo, sol, nuvem, flor, pássaro e planta. Essas palavras foram escritas no quadro e visualizadas por todos; No segundo momento, as crianças sentadas, cada qual num computador, foram convidadas a contar uma história em quadrinhos envolvendo a lenda do Curupira, ou seja, a fazer retextualização, com o apoio das palavras escritas na lousa, por meio do software educativo "Hagáquê", que possibilita a criação de histórias com a edição de imagens, além de permitir o desenho livre e a edição de texto. As crianças já conheciam o programa "hagáquê", apresentando domínio no manuseio da máquina e do programa, porém apresentaram dificuldades na escrita convencional. Mas, o interesse em tecer a história em harmonia com as imagens, mediadas pelo computador, fizeram-nas persistir na escrita, de maneira inteligível, o que para início das ações já se mostrou promissor. Portanto, usar as tecnologias digitais como ferramenta para a alfabetização tem se mostrado meio estratégico para despertar nos alunos a vontade de superar seus limites na escrita e leitura, através do desafio da escrita de uma história por meio do letramento digital. Neste trabalho, não só as crianças aprendem, todos estão tendo a oportunidade de aprender, interagindo com gêneros textuais diversos: lendas, contos, histórias em quadrinhos etc, partindo das narrativas orais para a escrita de maneira contextualizada, valorativa e insterdisciplinar, vivenciando eventos de letramento que valorizam tanto textos que circulam há bastante tempo e são legitimados pela escola, quanto os que foram invisibilizados (OLIVEIRA & CANDAU, 2010), ao longo do processo de colonização, principalmente, no contexto amazônico. Isso nos faz querer ser professores pesquisadores na nossa prática pedagógica, indo cada vez mais em busca de conhecimentos voltados para inovações pedagógicas de metodologias desafiadoras que potencializam o interesse dos alunos pelo aprendizado no mundo tecnológico informacional.

Compartilhe:

Visualização do Artigo


Deixe um comentário

Precisamos validar o formulário.