Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

A EDUCAÇÃO FÍSICA NO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA: RESISTÊNCIA E DIREITO A FORMAÇÃO CRÍTICA NO ESTADO DO PARÁ

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Nesse sentido, ao assumirmos a referida prática como objeto de análise, observando que não estamos nos referindo à "prática" de sujeitos isolados, mas à prática do conjunto dos homens num dado momento histórico, deparamos com uma tensão crucial: a contradição entre o dever ser da referida formação e as possibilidades concretas para sua efetivação (MARTINS, 2010, p. 14). Ao partir de uma concepção crítica e histórica para o campo da formação de professores em Educação Física, reconhecemos a escola pública como território de aprendizagem e de trabalho formativo para os estudantes, bem como para os demais sujeitos que integram o contexto escolar, assumindo a escola enquanto instituição formadora que deve assegurar de forma gratuita, laica e crítica a socialização dos conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade, sendo financiada pelo Estado. A Educação Física aqui é compreendida enquanto componente curricular que deve promover a socialização das práticas da cultura corporal (jogo, dança, esporte, lutas, ginástica, dentre outros) (SOARES et al,1992) aos sujeitos da escola pública de forma crítica, criativa e emancipadora. Nessa direção, este subprojeto dialoga com o Projeto Pedagógico de Curso da Educação Física da Universidade Federal do Pará, o qual preconiza o trabalho com a abordagem crítico-superadora, entre uma das principais abordagens desta área. Acreditamos que a Educação Física como disciplina curricular e também como área de conhecimento exige a adoção de novos princípios e paradigmas. Para, então, fortalecer-se enquanto conhecimento que tem um novo papel a desempenhar no interior da escola. Tal investimento que deve ser empreendido fundamentalmente já nos cursos de graduação aqui entendidos sobre os alicerces do ensino-pesquisa-extensão articulados e interdependentes para então, adiante, estender-se também à pós-graduação (UFPA, 2011, p. 07). Este subprojeto tem como objetivo possibilitar experiências educativas críticas aos discentes do curso de Licenciatura em Educação Física, que estimulem a relação teoria-prática por meio da ação-reflexão-ação inspirada na pedagogia da alternância aos discentes, na articulação ensino-pesquisa-extensão a fim de contribuir com a construção do exercício profissional docente na educação básica no contexto da Amazônia paraense, na Universidade Federal do Pará. Este Subprojeto intenciona fortalecer o processo de qualificação de estudantes de Educação Física em relação ao domínio dos conhecimentos e habilidades necessários ao exercício da profissão no contexto escolar. Assentamos que o mesmo deve representar uma possibilidade de fortalecer a relação Universidade e educação básica, reforçando a efetivação do projeto pedagógico do Curso de Licenciatura em Educação Física que aponta para a formação ampliada desde sua criação, assim como compreender que a formação de professores [...] deve representar a possibilidade de elevar o nível de qualificação e abrange a formação inicial e formação continuada (que tem como objetivo possibilitar ao docente ampliar, aprofundar e ter um maior domínio sobre o trabalho que desenvolve), além de contribuir para o desenvolvimento profissional docente (CAMARGO et. al, 2012, p.54). A Educação Física como um campo de conhecimento à reflexão sobre a Cultura Corporal, contribui para a afirmação dos interesses de classe das camadas populares, [...] na medida em que [sic] desenvolve uma reflexão pedagógica sobre valores como solidariedade substituindo individualismo, cooperação confrontando a disputa, distribuição em confronto com apropriação, sobretudo enfatizando a liberdade de expressão dos movimentos - a emancipação -, negando a dominação e submissão do homem pelo homem (SOARES et al., 1992, p. 27-28). Metodologicamente, vem sendo desenvolvido a luz da abordagem crítica, em três escolas públicas em Belém-PA (municipal, estadual e federal) no ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos, com realização de estudos, pesquisas e planejamento das ações a fim de instrumentalizar os estudantes e docentes envolvidos a partir dos eixos: trabalho docente na educação básica, Educação Física, cultura corporal, pesquisa, trabalho e a indissociabilidade da teoria-prática, pedagogia da alternância, dentre outros com os estudantes e professores da educação básica envolvidos; Acompanhamento do processo de ambientação dos estudantes nas escolas-campo: Os estudantes estão fazendo uso da observação participante (MINAYO, 2010) sobre a realidade concreta da escola, seus tempos e espaços, bem como das aulas de Educação Física. A pesquisa documental (MINAYO, 2010) sendo utilizada para a busca de informações e tratamento analítico dos documentos que regulam a organização/gestão da escola, Educação Física e o trabalho dos professores. Os diários de campos (MINAYO, 2010) servindo para sistematizar as informações necessárias sobre a dinâmica do trabalho docente e desenvolvimento das aulas de Educação Física, bem como a observação participante e intervenções pedagógicas a serem realizadas nas escolas - campo. A entrevista semiestruturada como possibilidade de investigar questões oriundas da observação participação e das anotações do diário de campo a fim de desenvolver a pesquisa colaborativa enquanto ato formativo na educação básica. Concluímos que este subprojeto é uma tentativa de construir uma resistência a lógica neoliberal vem que sendo imposta para o campo da formação de professores nas Universidades públicas brasileiras, aos cortes orçamentários que estas vêm sofrendo. E que poderá contribuir com a formação dos estudantes e dos professores das escolas pública, de forma crítica e em defesa do direito a formação, ao trabalho, a universidade e escola pública. Palavras-chave: Educação Física, Programa Residência Pedagógica, Formação Docente, Escola pública. REFERÊNCIAS CAPES. Edital N. 06/2018 Programa Residência Pedagógica. 2018. Disponível em: http://www.capes.gov.br/educacao-basica/programa-residencia-pedagogica. Acesso em: 20 Ago 2018. MARTINS, L. M. O legado do século XX para a formação de professores. In: MARTINS, L. M.; DUARTE, N. (Orgs.). Formação de professores: limites contemporâneos e alternativas necessárias. Apoio técnico Ana Carolina Galvão Marsiglia. - São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. SOARES, Carmen L. et al. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. CAMARGO, Arlete; FERREIRA, Diana L.; LUZ, Iza Cristina P. Perfil, condição e formação docente no Pará. In: In: MAUÉS, O. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

Considerando a conjuntura atual do Brasil, as mudanças atuais que vêm sendo implementadas nas políticas educacionais, em especial para o campo da formação de professores, para o campo do trabalho de modo geral. Este estudo trata da análise do subprojeto "Trabalho docente em educação física: ensino-pesquisa-extensão a partir da cultura corporal na articulação universidade e educação básica" submetido ao edital CAPES N. 06/2018 do Programa Residência Pedagógica. Na contramão do que preconiza este edital, na lógica arbitrária de ferir a autonomia universitária, de "induzir a reformulação do estágio supervisionado" e "promover a adequação dos currículos às orientações da Base Nacional Comum Curricular" (CAPES, 2018, p. 01). Compreendemos a formação de professores como um percurso de formação de sujeitos no qual há intenção e planejamento para a efetivação de uma determinada prática na trama social que se integra. Nesse sentido, ao assumirmos a referida prática como objeto de análise, observando que não estamos nos referindo à "prática" de sujeitos isolados, mas à prática do conjunto dos homens num dado momento histórico, deparamos com uma tensão crucial: a contradição entre o dever ser da referida formação e as possibilidades concretas para sua efetivação (MARTINS, 2010, p. 14). Ao partir de uma concepção crítica e histórica para o campo da formação de professores em Educação Física, reconhecemos a escola pública como território de aprendizagem e de trabalho formativo para os estudantes, bem como para os demais sujeitos que integram o contexto escolar, assumindo a escola enquanto instituição formadora que deve assegurar de forma gratuita, laica e crítica a socialização dos conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade, sendo financiada pelo Estado. A Educação Física aqui é compreendida enquanto componente curricular que deve promover a socialização das práticas da cultura corporal (jogo, dança, esporte, lutas, ginástica, dentre outros) (SOARES et al,1992) aos sujeitos da escola pública de forma crítica, criativa e emancipadora. Nessa direção, este subprojeto dialoga com o Projeto Pedagógico de Curso da Educação Física da Universidade Federal do Pará, o qual preconiza o trabalho com a abordagem crítico-superadora, entre uma das principais abordagens desta área. Acreditamos que a Educação Física como disciplina curricular e também como área de conhecimento exige a adoção de novos princípios e paradigmas. Para, então, fortalecer-se enquanto conhecimento que tem um novo papel a desempenhar no interior da escola. 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