O presente trabalho tem por objetivo relatar o desenvolvimento do projeto “O ensino de química para alunos surdos: oficinas temáticas e debates”, e analisar suas potencialidades na aprendizagem de conceitos químicos. O projeto foi envolve a parceria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) e o Instituto SELI. Participaram do projeto, quatro alunas do curso de Licenciatura em química do IFSP, um grupo de 15 alunos surdos do ensino médio do Instituto SELI, uma intérprete e professores orientadores. As oficinas e debates foram elaborados com enfoque na abordagem CTSA (Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente) e no Ensino Investigativo, metodologias de ensino que possibilitam a participação e o envolvimento dos estudantes na realização das atividades e na discussão dos aspectos sociais e ambientais da ciência, abordagens que contribuem para formação de um cidadão crítico e responsável. Nas oficinas e debates foram trabalhados temas que relacionam a química com o cotidiano dos estudantes por meio de atividades que exploram os sentidos do tato, do olfato e da visão, instigando sua curiosidade, raciocínio e o aprimoramento de outras atividades cognitivas. Destacamos como principais potencialidades do projeto oportunizar a vivência dos alunos em um laboratório químico com manuseio de materiais e vidrarias; possibilitar debates sobre o uso do conhecimento científico em prol da sociedade, favorecendo assim para a formação de cidadãos críticos; promover a autonomia e a aprendizagem de conceitos químicos e contribuir para maior participação e interesse dos alunos nas aulas regulares de química.