A literatura sempre foi um importante instrumento, senão o principal, para se pensar a concepção de nação de um determinado país. Nesse ínterim, literaturas ditas universais, nacionais e regionais oferecem um complexo campo de reflexões para os críticos literários e a sociedade leitora. Como definir a nação? A partir de uma visão de unidade/identidade ou de heterogeneidades/singularidades? Qual é o sentido de se fazer e ler literatura regional na contemporaneidade, no tempo em que as fronteiras parecem se borrar e perder em meio à globalização? Através da análise da novela “Lua Cambará” (2017), de Ronaldo Correia de Brito, buscaremos possíveis repostas às reflexões levantadas pelas questões acima expostas. Pensaremos como o regionalismo nordestino vem se modificado e se ressignificando na literatura produzida na atualidade. Através de pesquisa bibliográfica, investigaremos como Ronaldo Correia de Brito configura em sua obra os passados, presentes e porvires da regionalidade na literatura. Dessa forma, objetivamos estabelecer um diálogo, ao longo de todo o texto, entre teoria e literatura, mostrando como o regionalismo se reinventa na contemporaneidade e como tal fenômeno abre espaço para um novo entendimento da nação frente à subjetividade de suas províncias/margens.