O crescimento da população idosa é um fenômeno que ocorre no mundo todo. No Brasil, essa mudança no perfil populacional tem acontecido de forma bastante acelerada. Isto tem ocorrido em decorrência da redução nas taxas de fertilidade e do acréscimo da longevidade nas últimas décadas. Embora o aumento da proporção de pessoas idosas na população total seja indício de progresso social, paralelamente a isto se observa o surgimento de novas demandas. No que diz respeito à saúde, o idoso tende a apresentar taxas de internação hospitalar bem mais elevadas do que as observadas em outros grupos etários, assim como uma permanência hospitalar mais prolongada. Em virtude disso, a hospitalização pode levar o idoso a vivenciar situações estressantes, que exigem adaptações a um ambiente totalmente diferente do que ele está habituado em sua vida cotidiana. Neste sentido, o presente relato tem como objetivo descrever as vivências psicossociais de idosos observadas em práticas realizadas em um hospital geral, localizado na cidade de Cajazeiras - PB. Trata-se de um relato de experiência desenvolvido no período de Outubro a Dezembro de 2012, durante as práticas curriculares sobre a atenção a saúde do idoso. Neste período, foram realizadas escutas individuais que buscaram valorizar o diálogo e as experiências subjetivas dos idosos. Através dessas escutas, observou-se que estes sentiam a falta da família e que a presença dos filhos e/ou netos na enfermaria os deixavam felizes, porque não se sentiam sozinhos e ficavam na companhia de pessoas que amavam. Percebeu-se também em muitas das escutas que os idosos relacionavam a experiência de internação à falta de liberdade, pois muitos deles estavam impedidos de ter uma locomoção livre devido ao uso de alguns equipamentos necessários ao tratamento. Além disso, os idosos se queixavam das regras do hospital, pois havia limites de horários e espaços físicos da instituição. Por isso, a maioria dos idosos relatava a vontade de estar em casa. Mas apesar da existência de vivências desagradáveis, os idosos conseguiam explorar as perdas e ganhos do processo de internação, apresentando perspectivas de que a internação terminaria em breve e de maneira satisfatória. Quanto aos recursos usados para se sentir melhor durante a internação, observou-se que os idosos buscavam conversar com seus companheiros de quarto e auxiliá-los quando era possível. Também se verificou que, em determinados momentos, eles se apegavam à espiritualidade para conseguir superar os momentos mais difíceis. As vivências aqui relatadas enfatizam a importância do cuidado ao idoso em uma perspectiva holística, sendo essencial o respeito ao universo de sua subjetividade. Desse modo, o profissional de saúde deve permitir um espaço de comunicação que possibilite dar voz à pessoa idosa, para que esta seja capaz de empreender as mudanças necessárias na condição de internação, de forma a experimentar sentimentos de bem-estar, enfrentando a situação de adoecimento de forma harmoniosa. Diante disso, é necessário acompanhar o processo saúde-doença na pessoa idosa, incorporando o cuidado compreensivo e a valorização das relações psicosocioemocionais.