INTRODUÇÃO: A capacidade funcional refere-se à condição que o indivíduo possui de viver de maneira autônoma e de se relacionar em seu meio, significa a possibilidade dos idosos apresentarem potencial para tomada de decisões, atuando em suas vidas de forma independente. Além disso, ela deve estar interligada com a independência física e mental. A independência e a autonomia podem ser determinadas por meio das atividades de vida diária (AVD) e das atividades instrumentais de vida diária (AIVD), estas são necessárias para prescrever a capacidade funcional do idoso. É sabido que os estudos da literatura atual são bastante escassos quando se referem à qualidade de saúde de idosos da zona rural, os quais estão mais voltados para idosos dos grandes centros urbanos. Torna-se necessário considerar algumas questões nesta população, levando em conta suas particularidades, para compreender o processo de envelhecimento dentro do contexto rural. OBJETIVOS: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba sobre a capacidade funcional de idosos moradores de uma comunidade rural, a partir da experiência do componente curricular Gerontogeriatria. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, para tanto, utilizou-se para coleta de dados a ficha de atividades funcionais da vida diária de Lawton e Brody (1969). Foram considerados independente aqueles idosos que apresentaram os menores escores do questionário. RESULTADOS: Participaram do estudo 23 indivíduos, sendo 43,4% homens e 52,1% mulheres, o que corrobora com estudo de Rigo et al. (2010), e foi contrário aos estudos de Camarano et al.(2004) e Silva (2005) que comprovaram em seus estudos prevalência de idosos masculinos em Zona rural. A média de idade de 80,2 anos; os idosos da área rural estudada são considerados em média não-longevos, comparando-se ao estudo de Lourenço (2011). Observou-se que a capacidade funcional estava mantida para as eliminações fisiológicas e ao vestir-se, seguida pela alimentação e banho. Quanto ao trabalho e recreação, os escores permaneceram dentro da independência, porém deveriam ser mais estimulados ao lazer. Dados referentes à comunicação dos idosos como uso do telefone, escrita, compreensão permaneceram altos. Os trabalhos domésticos são realizados, porém com uma dependência parcial. A relação de convivência permaneceu numa faixa ótima. Considerando o escore final, verificou-se que 20 idosos (86, 9%) são considerados independentes e nenhum obteve escore maior que 80 pontos, não sendo encontrados dependentes totais, já que os idosos pesquisados são considerados não-longevos, onde idosos longevos apresentam pior capacidade funcional (Silvana et al, 2010; Lourenço, 2011). CONCLUSÃO: Infere-se que a capacidade funcional da população idosa rural é boa, entretanto se faz necessário maior acompanhamento para conhecer melhor a realidade desta população dentro do contexto rural. Para a prática fisioterapêutica estas informações são valiosas, para implantar o Serviço da Fisioterapia na Unidade Básica de Saúde.