INTRODUÇÃO: Sabe-se que o poder curativo das plantas é tão antigo quanto o aparecimento da espécie humana na terra, pois, desde cedo as primeiras civilizações perceberam, que algumas plantas continham em suas essências certos princípios, os quais ao serem experimentados no combate às doenças revelaram empiricamente seu poder curativo. Sendo assim é no cotidiano dos raizeiros (as), em sua maioria com idade acima dos 60 anos, dispostos nas feiras livres do município de Campina Grande-PB, que suas ações vêm de encontro às pessoas que buscam alívio para seus males, enquanto valores e herança cultural inseridos nesta prática que os tornam multiplicadores do saber popular sobre plantas medicinais. Logo se perfilha mostrar a partir de um estudo de campo dos raizeiros (as) das feiras livres de Campina Grande-PB, uma reflexão tendo em vista as experiências voltadas para a importância desse instrumento de trabalho, que torna o envelhecimento uma etapa ativa de conhecimentos, além de mostrar eficácia no reconhecimento social do idoso. METODOLOGIA: Os procedimentos metodológicos adotados neste trabalho são do tipo exploratório e descritivo e encontram-se estruturados a partir de uma pesquisa qualitativa, que, para tanto foi preciso realizar um estudo de campo, onde se pautou na convivência com os raizeiros e raizeiras nas feiras livres da cidade de Campina Grande – PB. Para a coleta de informações, deteve-se sobre uma entrevista semi estruturada. A observação realizada foi do tipo observação participante. No que diz respeito aos procedimentos éticos as pessoas submetidas à entrevista foram esclarecidas a respeito do projeto, e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em um total de 6 raizeiros (as), 4 deles (as) tem idade superior a 60 anos, sendo todas do sexo feminino, estas adquiriram um estatuto dentro da feira, por lidarem com um conhecimento tradicional ligado a saúde, resignificando assim o entendimento do que é velhice. Ao mesmo tempo em que estabelecem uma malha de solidariedade e apoio intergeracional, praticam atividades voluntárias dinâmicas e disseminam técnicas de cuidados em saúde, elas experimentam uma velhice ativa e criam novos lugares para os idosos na sociedade. Os sujeitos da pesquisa permitiram, por meio de seus relatos, que elementos importantes acerca de seus conhecimentos sobre o uso de plantas medicinais fossem descortinados e decodificados. Se por um lado, se experimenta perdas decorrentes do envelhecimento, por outro, existem maior disponibilidade de tempo que empregam para realizar outras atividades, pois, os raizeiros (as) justificam está aprendendo coisas novas, ensinando a outras pessoas, atender às demandas das pessoas e escutando as necessidades de quem as procura, lhes permite vivenciar o envelhecimento de maneira positiva. CONCLUSÃO: Como a maioria dos raizeiros (as) são idosos, percebe-se que as mudanças dos papéis exercidos por eles vêm acompanhadas de uma gradual reconstrução do imaginário sobre essa fase da vida, construindo uma identidade positiva como detentores de um conhecimento valorizado.